O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, vetou parte de uma lei que consistia em um plano de distribuição gratuita de pensos e tampões higiénicos a raparigas e mulheres desfavorecidas. A decisão gerou uma onda de indignação no país. Era esperado com a medida fosse beneficiar 5,6 milhões de mulheres.
Tabata Amaral, do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e um dos 34 deputados federais interpartidários que co-autor do projeto-lei, disse que o Presidente tinha exposto o seu "desprezo pela dignidade das mulheres vulneráveis" ao vetar o projeto, na semana passada. "Bolsonaro diz que este projeto é contra o interesse público. Eu digo que o que é contra o interesse público é que as raparigas percam cerca de seis semanas de escola por ano porque estão menstruadas", disse a debutada, ao The Guardian.
Jacqueline Moraes, vice-governadora do estado do sudeste do Espírito Santo, manifestou no Twitter a sua indignação para com a ação do presidente: "É um privilégio para uma mulher pobre ter direito a um tampão? Não! É política social, saúde pública"!
"O veto é absurdo e desumano", disse Rozana Barroso, presidente da União Brasileira de Estudantes Secundários (UBES). "Muitos estudantes são impedidos de estudar porque deixam de frequentar a escola por não terem um penso higiénico. Já imaginaram usar papel, jornal ou migalhas de pão para conter a menstruação? Esta é uma dura realidade, especialmente entre os jovens. No meio da pandemia e do agravamento da desigualdade social, esta situação agravou-se ainda mais", frisa.