Nessa medida, do documento em si mesmo é impossível falar, para já, em detalhe. O que por sua vez já foi possível perceber, sobretudo pelas reuniões preparatórias que o ministro das Finanças teve com os partidos políticos, é que o Executivo continua perdido.
Perdido e sem a mínima capacidade para sequer aliviar a carga fiscal em muitas rubricas que de resto, prometeu.
E não. Não se pode desculpar com a pandemia pela simples razão de que esta não serve de resposta para tudo. Basta pensarmos, apenas para dar um exemplo, que salvo erro, neste momento, somos o quinto país da Europa com os combustíveis mais caros. A tendência já era de subida antes da pandemia. Mesmo com a descida do barril de petróleo e constantes promessas de que o Governo teria atenção a este problema.
Das reuniões com o ministro Leão, apenas uma certeza ficou bem clara. Não haverá qualquer alívio da carga fiscal.
Pelo contrário, não se afasta inclusivamente o englobamento fiscal no que respeita aos rendimentos prediais nem uma reformulação dos escalões do IRS, tão necessária a alterar o seu atual caráter injusto e inadequado.
Conclusão: a classe média continuará a empobrecer e continuaremos a prejudicar quem mais trabalha, teimando em manter o velho, gasto, vicioso e absurdo dogma socialista do investimento público como grande alavanca do desenvolvimento do país.
Está errado. Está errado hoje, esteve errado ontem, esteve continuamente errado nestes seis anos de governação socialista e estará sempre errado em cada momento que os socialistas governarem.
O país necessita de dar primazia ao apoio à iniciativa privada como principal motor de desenvolvimento económico e social. Precisamos de apoiar quem mais investe, quem mais trabalha e não, como acontece, esmifrar sempre os mesmos.
Já nem vou ao drama das moratórias. Já escrevi sobre essa matéria, que me lembre, pelo menos quatro vezes. Temo que falarei mais algumas. Mas já não vai ser para alertar. Será para constatar que os alertas que vim fazendo bateram todos certos.
Claro que o Partido Socialista maquilhará tudo isto como tão bem sabe fazer. A pandemia será a desculpa ideal. Talvez a culpa volte a ser do Passos ou eventualmente do Ventura.
Dos socialistas é que nunca é!
Nunca dirão que subiram os impostos. Eventualmente apenas dirão que não os desceram. É uma questão de semântica.
A mesma semântica que ajuda a ludibriar as pessoas mais distantes da tecnicidade inerente à fiscalidade e que apenas vão servir para uma coisa: pagar.
Vamos, uma vez mais, terminar mal. Muito mal.
Presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do Chega
Escreve à sexta-feira