Acusado de disparar contra nora diz que não queria acertar em ninguém

Acusado de disparar contra nora diz que não queria acertar em ninguém


“Estou muito arrependido. Já lhes pedi desculpa. Hoje damo-nos todos bem”, disse o arguido em tribunal.


O homem de 58 anos acusado de ter disparado dois tiros na direção da nora, a 17 de março de 2018, em Ovar, admitiu hoje no Tribunal de Aveiro a autoria de apenas um disparo, acrescentando que não queria atingir ninguém: “O único tiro que mandei foi para assustar, não foi para acertar em ninguém”,

O motorista de pesados está acusado dos crimes de homicídio qualificado na forma tentada, violência doméstica e detenção de arma proibida pelos factos ocorridos.

Perante o coletivo de juízes, o homem explicou que tinha ido encontrar-se com a ex-mulher, que lhe ligara momentos antes para falar de um assunto pessoal, tendo, no entanto, acabado por se envolver num confronto físico com o ex-cunhado.

Quando questionado sobre ter dado um pontapé na anca da ex-mulher, o arguido admitiu que isso podia ter acontecido quando ela o estava a agarrar e ele a “levar porrada” do ex-cunhado.

Posteriormente, o homem terá ido a casa buscar uma arma de fogo e regressado ao local, sendo que quando chegou disparou um tiro por temer que lhe estivessem a fazer “uma emboscada”.

O arguido disse que estava pronto para assumir as responsabilidades, acrescentado estar “muito arrependido” e admitindo que já pediu desculpas e atualmente se dão “todos bem”.

Relativamente ao segundo disparo referido na acusação, o arguido afirma que o mesmo possa ter sido efetuado pelo filho, que lhe tirou a arma das mãos, para tentar tirar os cartuchos.

A acusação do Ministério Público (MP) refere que o arguido, após uma discussão, agrediu a ex-mulher com um pontapé, arrancou-lhe os óculos e arremessou o seu telemóvel para o chão. De seguida, terá ido a casa buscar uma caçadeira e efetuou dois disparos na direção da nora, que se conseguiu desviar.

Nesse momento, o filho ter-lhe-á tentado retirar a arma, que acabou por conseguir com a ajuda da mãe.

O MP refere ainda que o arguido “só não concretizou os seus intentos por razões alheias à sua vontade”, concretamente porque a vítima “reagiu e se defendeu afastando-se da direção das munições disparadas pela arma que o arguido utilizava”.

Durante uma busca à residência do suspeito foram apreendidas seis armas de fogo e cerca de 200 munições e cartuchos.