5 de Outubro. Marcelo pede um “Portugal mais inclusivo” para manter a “data viva”

5 de Outubro. Marcelo pede um “Portugal mais inclusivo” para manter a “data viva”


“O Portugal que somos nunca vencerá os desafios da entrada a tempo no novo ciclo económico e da multiplicação do conhecimento com 2 milhões de pobres e alguns mais em risco de pobreza”, defendeu o chefe de Estado. Veja a cerimónia na íntegra.


Hoje, dia em que se comemora a implantação da república, Marcelo Rebelo de Sousa, nos Paços do Concelho, pediu para que a data fosse “viva” e não apenas um “ritual”. “Se queremos que o 5 de Outubro tenha algum sentido para todos nós, então há que dele fazer uma data viva, não um ritual”. "Um Portugal com aposta no conhecimento para muitos mais, mesmo com os excecionais que temos cá dentro e lá fora", afirmou.

"O 5 de Outubro de 2021 só é uma data viva se quiser dizer um Portugal mais inclusivo, que entre a tempo no novo ciclo económico — clima, energia, digital, ciência, tecnologia e no renovado ciclo produtivo, com aposta no conhecimento para muitos mais. Assim projetará no futuro os ideais originários da República: um Portugal mais atento ao povo, à sua soberania, às suas necessidades, à sua voz nos direitos sociais, na atividade económica e na educação. Se queremos um 5 de Outubro data viva, então criemos um Portugal mais inclusivo", apregoou. Inclusividade essa que, naturalmente, passa tanto pelos emigrantes espalhados pelo mundo como pelos imigrantes residentes no país: ambos “moldam a identidade nacional”, que é “feita ainda de  raças, culturas, religiões, costumes e práticas às dezenas e centenas, com a sua diferença e o seu direito à não discriminação. Elas e eles que moldam essa identidade nacional e dão projeção universal, natalidade, riqueza material e espiritual".

"Até porque o Portugal que somos nunca vencerá os desafios da entrada a tempo no novo ciclo económico e da multiplicação do conhecimento com 2 milhões de pobres e alguns mais em risco de pobreza", acrescentando ainda que "as desigualdades sociais afastam pessoas, classes, setores e regiões".

Pede, ainda, “rigor, eficácia e transparência”, no uso dos fundos do PRR: "se queremos um 5 de Outubro data viva então que consigamos que Portugal por uma vez entre a tempo, entre os primeiros e não no meio ou nos últimos, no novo ciclo económico do clima, da energia, digital, ciência, tecnologia e renovado ciclo produtivo". Com o objetivo de caminhar nesse sentido, os “meios de financiamento adicionais” devem ser “usados com rigor, eficácia e transparência”. "Desta vez, falhar a entrada a tempo é, sem apelo nem agravo, perder uma oportunidade que pode não voltar mais", preveniu o Presidente. Estando a pandemia para trás, temos nos próximos anos “uma ocasião única e irrepetível para reconstruir destinos, de refazer esperanças e renovar sonhos a pensar em todos os portugueses. Não a podemos perder, não a vamos perder", concluiu.

Marcelo começou o seu discurso por evocar Jorge Sampaio, que considerou ser “um grande presidente da câmara e da história de Portugal”, dedicando ainda uma palavra a Fernando Medina – o anfitrião do evento que será agora sucedido por Carlos Moedas na gestão do Município de Lisboa.

Poderá, abaixo, ver o vídeo da cerimónia completa: que inclui ainda o discursos de Fernando Medina.