Matos Fernandes diz que IVA da eletricidade vai ser discutido em OE, mas Ministério recusa proposta

Matos Fernandes diz que IVA da eletricidade vai ser discutido em OE, mas Ministério recusa proposta


O ministro do Ambiente e da Transição Energética defendeu, este sábado, que o IVA da eletricidade é uma matéria que vai ser discutida “naturalmente” em sede de Orçamento do Estado. Ainda hoje o Ministério apresentou um comunicado a ditar uma posição oposta. 


O Ministério do Ambiente afirmou que não será apresentada nenhuma proposta de alteração ao IVA da eletricidade para o próximo Orçamento do Estado, salientando que “nem a mesma se justifica”.

Esta decisão surge no dia em que o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, defendeu que o IVA da eletricidade é uma matéria que vai ser discutida “naturalmente” em sede de Orçamento do Estado, realçando que este imposto desceu para quase 85% dos contratos domésticos.

"Em sede de Orçamento do Estado, poderá ser discutido o 'plafond' abaixo do qual o IVA que tem uma taxa reduzida pode ou não ser variado", disse Matos Fernandes na entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, publicada este sábado.

Porém, ainda hoje o Ministério do Ambiente tomou uma posição e para esclarecer as dúvidas, disse que “não será apresentada qualquer proposta de alteração ao IVA da eletricidade para o próximo Orçamento do Estado, nem a mesma se justifica", numa nota enviada à agência Lusa face às declarações de Matos Fernandes.

"Com efeito, a redução do IVA já consagrada beneficia um número muito alargado de famílias. Por outro lado, e como foi tornado público a 21 de setembro, as medidas de contenção do preço de eletricidade para o próximo ano são vastas e acomodarão as variações de preço registadas no mercado grossista", apontou ainda.

Recorde-se que no dia 21 de setembro, o ministro do Ambiente garantiu que o preço da eletricidade não vai aumentar para os consumidores domésticos do mercado regulado até 2022 e ainda haverá uma redução de pelo menos 30% na tarifa de acesso às redes para os industriais.

O governante também salientou que, se o mercado não regulado, no próximo ano, tiver tarifas mais altas do que o regulado, "a transação [dos consumidores de um mercado para o outro] está à distância de um telefonema e é imediata".

Note-se que na sexta-feira, o valor da eletricidade subiu de 1,05 euros por mês, em média, para a maioria dos consumidores em mercado regulado.

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