Bloco assume derrota

Bloco assume derrota


Resultados vão ser avaliados este sábado na Mesa Nacional. Líder justifica com ‘polarização’ em alguns concelhos. 


«O Bloco de Esquerda, nestas eleições autárquicas, teve um mau resultado. Não aumentámos o número de votos ou de eleitos e conseguimos manter quatro em cada cinco votos o que determinou a perda de vereadores em cenários de polarização em disputas autárquicas».

A posição foi assumida na segunda-feira por Catarina Martins, que se mostrou indisponível para coligações com a direita onde quer que seja. «Toda a gente conhece o Bloco de Esquerda. Não negociamos com a direita. Quando negociamos, negociamos em nome da vida concreta das pessoas. Habitação à cabeça. Habitação, habitação, habitação. Não nos cansamos de o dizer», afirmou a líder bloquista, garantindo que partiu para este ato eleitoral «com muita humildade»: «Olhamos para os resultados com muita humildade, vamos acompanhar com muita atenção nomeadamente os resultados em Lisboa, no Porto, mas queria também saudar o trabalho que foi feito por listas de cidadãos que o Bloco de Esquerda apoiou, nomeadamente em Oeiras e em Coimbra».

É certo que os bloquistas partiram para estas eleições sem câmaras e, apesar de não terem muito a perder, acabaram por sair entre os derrotados da noite eleitoral. O partido teve menos votos do que em 2017. De 170 mil votos desceu para 137 mil, o que representa menos de 3%. Tem agora menos mandatos. Dos 12 vereadores que tinha, passou a ter apenas quatro, mais uma independente apoiada pelo partido.

Ainda assim, deixou palavras de confiança: «Saudamos a eleição de Beatriz Gomes, que será uma voz na Câmara de Lisboa, pela igualdade, e a eleição de Joana Mortágua em Almada, que é a possibilidade de um fio à esquerda para a Câmara de Almada. Queria saudar a eleição de Sérgio Aires no Porto, é a primeira vez que o BE elege no Porto».

Debate em cima da mesa

Estes resultados vão estar em debate já este sábado na Mesa nacional do partido. Apesar de Catarina Martins ter justificado esta tendência com a «muita polarização» de votos. «Naqueles concelhos em que foi possível explicar o que o Bloco de Esquerda queria, nomeadamente no Porto (…) ou em Almada, que determinaria o rumo do concelho, foi possível manter a vereação. Noutros concelhos, em que havia muita polarização, houve movimentos independentes que saíram de partidos que estavam na câmara, em disputas intensas, e nesses cenários o BE não conseguiu eleger», concluiu.