O secretário de Estado norte-americano desloca-se na próxima semana a França para se reunir com responsáveis políticos franceses, na sequência da crise diplomática desencadeada pelo cancelamento de um importante contrato de submarinos com a Austrália, indicou hoje fonte oficial.
Segundo Ned Price, porta-voz da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken estará em Paris de segunda a quarta-feira para participar numa reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
"Também se reunirá com o homólogo francês [Jean-Yves Le Drian] para prosseguir com as conversações para o reforço da relação vital entre os Estados Unidos e a França sobre uma série de questões, como a segurança na região do Indo-Pacífico", afirmou Price.
Blinken e Le Drian, prosseguiu o porta-voz, vão analisar sobretudo "a segurança na região do Indo-Pacífico", mas também a crise climática, a retoma económica pós pandemia de covid-19, a relação transatlântica e a colaboração dos Estados Unidos com os aliados e parceiros "para que se possa enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades a nível mundial".
De Paris, Blinken voará para o México, naquela que será a sua primeira visita na qualidade de secretário de estado norte-americano ao país vizinho dos Estados Unidos, acrescentou Price, sem adiantar pormenores.
A crise diplomática envolve os Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, que assinaram a 15 de setembro passado o pacto AUKUS (iniciais em inglês dos três países anglo-saxónicos), que visa reforçar a cooperação trilateral em tecnologias avançadas de defesa, como a Inteligência Artificial, sistemas submarinos e vigilância a longa distância.
Uma primeira consequência foi o cancelamento, pela Austrália, de um contrato com a França para o fornecimento de submarinos convencionais e a intenção de desenvolver submarinos nucleares em coordenação com os seus novos aliados, o que originou protestos e críticas de Paris.
A França tinha um contrato para a entrega à Austrália de 12 submarinos com propulsão convencional no valor de 56 mil milhões de euros, que foi cancelado por Camberra, que comprou posteriormente os submergíveis aos Estados Unidos.