O mundo pode enfrentar, num futuro próximo, uma crise energética. A garantia é dada por vários analistas internacionais e surge devido à escassez de gás que levará ao aumento significativo dos preços do petróleo e do carvão. Esta crise está a alastrar-se pelo mundo e, devido à sua escassez, os produtores europeus de eletricidade são obrigados a colocar as metas climáticas de lado e a recorrerem ao carvão.
Tudo isto já levou a que, no início desta semana, o petróleo West Texas Intermediate WTI como o Brent negociassem em níveis significativamente mais altos, impulsionados pela perspetiva de uma crise global de energia, que é motivada pelo grande aumento da procura.
A subida de preços tem sido alimentada “numa primeira fase pela grande procura de metais para construção, como o aço onde o carvão é essencial para a sua produção e pela pressão relativa ao controlo das emissões de gases que, com a quebra da procura de energia durante o período de abrandamento da atividade económica e da mobilidade devido à pandemia, tem acentuado o fecho de minas e centrais de produção a carvão por todo o mundo”, explica Nuno Sousa Pereira, head of investments da gestora de ativos mobiliários, Sixty Degrees.
O problema pode ser ainda maior, numa altura, em que se aproxima o inverno já que é nesta estação que são registados consumos de energia mais elevados.
Entretanto, a Bloomberg deixou o alerta: temperaturas mais baixas do que o normal no inverno no hemisfério norte podem deixar a Europa quase sem gás natural armazenado, que também compete os fornecimentos com a Ásia. “Um inverno mais frio do que o normal poderá elevar os preços do gás ainda mais”, explicaram os analistas da BNEF, Fauziah Marzuki e Andrew Hill.
Recorde-se que, em Portugal, as indústrias nacionais já estão a ser afetadas por esta subida de preços, alertou João Galamba, secretário de Estado da Energia que defendeu que, por isso, o país tem de acelerar a transição energética, afastando-se dos combustíveis fósseis.