A União Europeia considerou hoje "urgente" que o novo Governo libanês adote "as reformas necessárias para abordar as múltiplas crises que afetam" o país, depois de quase 13 meses de demoras na criação de um executivo.
"É urgente implementar as medidas e reformas necessárias para abordar as múltiplas crises que afetam o Líbano, incluindo um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). É nisso que o novo Governo deve centrar-se agora, com o apoio ativo do parlamento e de outras instituições do Estado", declarou num comunicado o porta-voz do Alto Representante da União Europeia para as Relações Externas, Josep Borrell.
Num texto citado pela agência Efe, o responsável acrescentou que "todas as partes implicadas deveriam mostrar a mesma resolução e capacidade de se comprometer, para adotar sem atraso as medidas necessárias para satisfazer as necessidades imediatas e as expectativas legítimas do povo libanês".
"De maneira adicional, os preparativos para as eleições municipais, parlamentares e presidenciais no próximo ano devem começar a sério e garantir que são livres, justas e transparentes", assinalou.
Nesse sentido, deu as boas-vindas ao anúncio do primeiro-ministro, Najib Mikati, de que as eleições "devem celebrar-se de acordo com o previsto".
O texto do responsável europeu acrescenta que a UE permanece junto do povo libanês "nos seus esforços para superar os desafios que o seu país enfrenta na atualidade".
"As crises políticas, económicas e sociais no país deterioraram-se de maneira notável nos últimos meses e semanas, e as graves dificuldades existentes para o povo libanês viram-se agravadas ainda mais pelos cortes de energia e escassez de combustível", pode ler-se no texto.
O Líbano conseguiu formar um Governo na sexta-feira, encabeçado pelo primeiro-ministro Najib Mikati, depois de quase 13 meses de demoras, e com o país envolvido numa das piores crises económicas do último século, que representará o principal desafio para o novo Gabinete de 24 membros.
Mikati, o terceiro encarregado de formar Governo desde a demissão do anterior executivo em agosto de 2020, herda uma nação com 80% da população na pobreza, com os cofres do Estado abaixo dos mínimos e uma forte escassez de produtos e serviços básicos como eletricidade, combustível, medicamentos e água potável.