O discurso de Jerónimo Sousa, na Festa do Avante do passado fim-de-semana, marca em definitivo o fim da época estival e inicia-se o ano político a todo o vapor. Com as campanhas eleitorais autárquicas na estrada, teremos um mês de setembro que poderá determinar muito do que possa ser o futuro próximo da política nacional e da tão propalada estabilidade necessária.
Para já, e tendo em conta o que se vai conhecendo através das sondagens, a liderança do PSD, ao que tudo indica, enfrentará grandes turbulências, sendo ainda imprevisível o impacto que os resultados autárquicos do PCP terão nas negociações do Orçamento de Estado para o próximo ano.
Marcelo Rebelo de Sousa decidiu, por estes dias, abandonar o seu papel de Presidente da República e voltar ao de analista político ao vaticinar que António Costa não se candidatará a Primeiro-Ministro em 2023.
O PS realizou, finalmente, o seu Congresso Nacional, adiado desde o ano passado por causa da Pandemia, do qual resultou única e exclusivamente a determinação do Partido em continuar a governar o país e a vontade de implementar rapidamente as medidas que darão corpo ao cumprimento do Plano de Recuperação e Resiliência.
Do ponto de vista da saúde pública, temos bons sinais relativamente à Pandemia. A percentagem mágica de 85% de população vacinada está aí e talvez consigamos voltar a uma espécie de vida tal qual a conhecíamos. Esta pandemia foi muito dura para muitos de nós e agora é necessário, mais que nunca, olharmos para o futuro com o otimismo possível, de forma a que o país recomece o seu trabalho de redução de desigualdades e de melhoria de condições de vida para os mais frágeis.
Obviamente que isto não significa que não haverá obstáculos e imprevistos que poderão abalar esta confiança, nem que terminem os casos e episódios, que as redes sociais tendem a exacerbar, como se a civilização ou a civilidade estejam à beira do precipício, mas considero que este final de ano poderá ser muito positivo para os portugueses, saiba a maioria parlamentar na Assembleia da República entender-se e continuar o grande combate que tem para travar no nosso país – a redução das desigualdades e a melhoria das condições de vida dos mais frágeis, mas também da nossa classe média, que tanto precisa de políticas que a defenda.