Os 36 maiores bancos na Europa guardam, anualmente, quase 20 mil milhões de euros dos seus lucros em paraísos fiscais, o que equivale a pelo menos três mil milhões para os países perante um imposto mínimo de 15%.
As conclusões são do estudo “Será que os bancos europeus deixaram os paraísos fiscais?”, do Observatório Fiscal da União Europeia (UE), que analisou a presença das maiores instituições financeiras sediadas na Europa em 17 países e territórios não cooperantes para fins fiscais.
Em causa estão bancos como HSBC, Barclays, Banco Santander, BBVA, Deutsche Bank, BNP Paribas e ING, num total de 13 dos 36 analisados que operam em Portugal. Segundo o observatório, este valor demonstra que os bancos recorrem “significativamente a paraísos fiscais, sem qualquer mudança durante o período de 2014-2020”.
Paolo Gentiloni, Comissário responsável pela Economia, avança: “Hoje, mais do que nunca, temos de combater os abusos fiscais. É vital proteger as receitas públicas necessárias para apoiar a recuperação e os enormes investimentos necessários para as transições ecológica e digital”, diz, acrescentando ser necessário a UE “realizar investigação ao mais alto nível, apresentar ideias inovadoras e promover um debate inclusivo e pluralista sobre as políticas fiscais em toda a UE”.