O encontro do Grupo A da qualificação para o Mundial 2022 de futebol, diante da República da Irlanda esta quarta-feira marca o retorno da seleção nacional ao campo, após o afastamento precoce no Euro 2020, diante da Bélgica, nos oitavos de final.
Durante a conferência de imprensa de antevisão ao confronto de hoje, no Estádio do Algarve, na fronteira entre Loulé e Faro, o selecionador nacional disse que Portugal terá de apresentar-se ao seu “melhor nível” frente a uma Irlanda competente e sem jogadores desconhecidos.
“[Espero] um jogo forte. A Irlanda é uma equipa com jogadores que jogam no campeonato inglês, não são jogadores desconhecidos, têm competência. Analisámos vários jogos que fizeram e houve uma tentativa de mudança do seu fio condutor imposta pelo seu selecionador”, detalhou Fernando Santos. E acrescentou: “Temos qualidade para vencer. É manter aquilo que temos de bom, não perder o ADN que têm os nossos jogadores”.
Depois de sucessivas baixas no plantel nacional devido a lesões, desde Ricardo Pereira, Gonçalo Inácio e Pedro Gonçalves, na lista dos convocados do lado português estão os guarda-redes Anthony Lopes (Olympique Lyon), Diogo Costa (FC Porto) e Rui Patrício (AS Roma); os defesas João Cancelo (Manchester City), Nélson Semedo (Wolverhampton Wanderers FC), Domingos Duarte (Granada CF), Pepe (FC Porto), Rúben Dias (Manchester City), Nuno Mendes (Sporting CP) e Raphael Guerreiro (Borussia Dortmund); os médios Danilo Pereira (PSG), João Palhinha (Sporting CP), Rúben Neves (Wolverhampton Wanderers FC), Bruno Fernandes (Manchester United FC), João Mário (SL Benfica), João Moutinho (Wolverhampton Wanderers FC) e Otávio (FC Porto); e os avançados Bernardo Silva (Manchester City FC), André Silva (RB Leipzig), Cristiano Ronaldo (Juventus FC), Diogo Jota (Liverpool FC), Gonçalo Guedes (Valencia CF), Trincão (Wolverhampton Wanderers FC) e Rafa Silva (SL Benfica).
Já na seleção comandada por Stephen Kenny destacam-se a estreia do jovem central do Burnley, Nathan Collins, de 20 anos, e os regressos do avançado Aaron Connolly, do Brighton, e do médio Jeff Hendrick, do Newcastle. A arbitragem será dirigida pelo esloveno Matej Jug, enquanto o italiano Paolo Valeri estará no videoárbitro (VAR).
De acordo com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), no estádio é esperada lotação esgotada, pelo que estarão 7865 pessoas nas bancadas, uma vez que a capacidade máxima é de cerca de 30 mil lugares, mas o número total de bilhetes colocados à venda foi definido pelas limitações impostas à presença de público devido à atual crise sanitária.
A seleção portuguesa depois de receber hoje a República da Irlanda, vai depois jogar na próxima terça-feira com o Azerbaijão, em Baku. Pelo meio, vai defrontar o Qatar, num particular agendado para sábado, em Debrecen, na Hungria.
No arranque da qualificação para o Mundial 2022, Portugal venceu o Azerbaijão (1-0) e o Luxemburgo (3-1), e empatou na Sérvia (2-2), ocupando a liderança do grupo A, juntamente com os sérvios, ambos com sete pontos. Os luxemburgueses estão no terceiro posto, com três pontos, à frente de República da Irlanda e Azerbaijão, que ainda não pontuaram.
A fase de grupos da qualificação europeia para o Mundial 2022 termina em novembro e o vencedor de cada um dos 10 grupos apura-se diretamente para a fase final. Os segundos classificados vão disputar os play-offs de apuramento, aos quais se juntarão dois vencedores de grupos da Liga das Nações que não consigam qualificar-se diretamente para a fase final ou para os play-offs.
O que nos diz o passado? No curto historial de duelos oficiais entre Portugal e a República da Irlanda — foram apenas quatro —, não podia haver maior equilíbrio, já que Portugal venceu um, nas qualificações para o Euro 1996, a República da Irlanda outro, também na fase de qualificação dessa competição, e registaram-se dois empates, ambos no apuramento para o Mundial de 2002.
No Estádio da Luz a 7 de outubro de 2000, um golo de Sérgio Conceição colocou a equipa na altura comandada por António Oliveira na frente do marcador, tendo Matt Holland depois feito o empate (1-1) num pontapé fortíssimo de fora da área. Depois, a 2 junho de 2001, em Dublin, o resultado seria exatamente o mesmo, com a diferença de que desta vez seriam os irlandeses a abrirem o marcador, com um golo de Roy Keane, tendo Portugal igualado por intermédio de Luís Figo.