Relatório provisório do ICNF revela que área ardida mais que duplicou em apenas duas semanas

Relatório provisório do ICNF revela que área ardida mais que duplicou em apenas duas semanas


Segundo os dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), registaram-se 6.620 incêndios rurais até dia 30 de agosto. Se a avaliação fosse realizada até ao dia 15 de agosto, Portugal teria “o valor mais reduzido em número de incêndios e o segundo valor mais reduzido de área ardida desde 2011”. 


Quase 26 mil hectares foram ardidos nos incêndios este ano, significando um aumento superior a 60% em duas semanas, segundo informam os dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Até hoje, registaram-se 6.620 incêndios rurais, principalmente em zonas de mato (72%) e também em povoamentos florestais (21%) e agricultura (7%), aponta o ICNF nos dados relativos aos incêndios rurais entre 1 de janeiro e 30 de agosto.

Em apenas duas semanas, a área ardida mais que duplicou, ao aumentar 62,5% desde 15 de agosto. Segundo o relatório, até àquela data, ocorreram 5.658 incêndios rurais que deixaram 16.179 hectares com a área ardida (65% em matos, 25% em povoamentos e 10% em agricultura).

"O ano de 2021 apresenta, até ao dia 15 de agosto, o valor mais reduzido em número de incêndios e o segundo valor mais reduzido de área ardida, desde 2011", explica o documento, no qual destaca menos 47% de incêndios rurais e menos 75% de área ardida.

Note-se que esses dados não incluem o fogo que deflagrou no concelho de Odemira no dia 18 de agosto nem aquele que queimou milhares de hectares em Castro Marim.

Cerca de 25% dos incêndios registados até 15 de agosto decorreram no mês de julho, no entanto, foi em março que se verificou uma maior área ardida (6.711 hectares, o que corresponde a 41% do total de área ardida este ano).

Por distritos, o maior número de incêndios aconteceu no Porto (865), seguindo-se por Aveiro (493) e Braga (468). Quanto às áreas ardidas, Vila Real foi o mais afetado (3.627 hectares, cerca de 22% da área total ardida), Faro (2.305 hectares, 14%) e Braga (1.877 hectares, 12%).

"Do total de 5.658 incêndios rurais verificados no ano de 2021, 4.238 foram investigados (75% do número total de incêndios – responsáveis por 91% da área total ardida)", sublinha o relatório, ao frisar que em 2.987 investigações foi possível atribuir uma causa.

As mais frequentes foram o uso negligente do fogo (57%) e o incendiarismo (17%), com destaque para as queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas, queimas de amontoados de sobrantes florestais ou agrícolas (13%) e queimadas para gestão de pasto para gado (17%).