Refugiado afegão no Porto em greve de fome para obter ajuda portuguesa para trazer família de Cabul

Refugiado afegão no Porto em greve de fome para obter ajuda portuguesa para trazer família de Cabul


Nasir Ahmad recorreu ao Governo português para resgatar a mãe e irmã do Afeganistão, contudo o jovem tem estado à espera de uma resposta desde sexta-feira. Note-se que amanhã será o último dia dos militares norte-americanos em Cabul a retirar refugiados afegãos. 


Nasir Ahmad é um refugiado afegão que vive no Porto desde 2016 e está em greve de fome, a partir de hoje, até receber uma resposta do Governo português em relação à vinda da mãe e irmã para Portugal.

O jovem, que terminou recentemente um mestrado em Marketing, recorreu ao Estado para conseguir resgatar a família para Portugal, ao abrigo de um visto de reagrupamento familiar atribuído em regime excecional, explicou à agência Lusa.

“Na quinta-feira da semana passada”, contou o jovem, as forças militares portuguesas aconselharam que a família se deslocasse até ao aeroporto de Cabul, mas Rosham e Lida não conseguiram, “porque os talibãs não deixaram, estava muita gente e não conseguiram entrar no aeroporto e aconteceu a explosão”.

Rosham e Lida pediram ajuda para chegar ao aeroporto, ainda na quinta-feira, "mas os militares disseram que não podem sair da sua linha e só podiam esperar mais uma hora, entretanto, a explosão” ocorreu, cujo ataque foi reivindicado pelo grupo ‘jihadista’ do Estado Islâmico e que matou pelo menos 170 pessoas e feriu 150.

Desde então, Nasir tem estado à espera de uma resposta por parte das força militares, que saíram do Afeganistão na sexta-feira.

Nasir pede ajuda diplomática para retirar a família de casa e uma resposta urgente dos militares portugueses, visto que amanhã é o último dia de resgate militar dos Estados Unidos no Afeganistão.

O jovem defende que a solução passa por "um plano organizado do Governo, para ir buscá-las, como a Alemanha", cuja embaixada "está a ajudar as pessoas a chegar ao aeroporto", especificou Nasir.

"Estamos na última hora. Espero que os militares portugueses, com a ajuda do Governo dos Estados Unidos, possam fazer alguma coisa", apelou.

A agência noticiosa contactou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas não obteve nenhuma resposta por enquanto.