Serie A. O regresso depois da sangria do Inter de Milão

Serie A. O regresso depois da sangria do Inter de Milão


Depois de se sagrar campeão na época passada, o Inter de Milão foi forçado a vender os jogadores que conduziram a equipa ao sucesso. Agora, sem o treinador Antonio Conte ou o astro Romelu Lukakuro, como irá o Inter defender o título?


Após a excelente campanha na época 2020/21, o campeão em título, Inter de Milão, parecia estar bem posicionado para renovar o título, com uma equipa jovem e talentosa. Mas a pré-época dos nerazzurri revelou-se um autêntico pesadelo, com o seu plantel a ser completamente “esventrado”.

A primeira peça a cair deste dominó foi o grande estratega do título, o treinador italiano Antonio Conte. Depois de duas épocas na equipa de Milão, pouco tempo depois de se ter sagrado campeão, impedindo a Juventus de celebrar o décimo título consecutivo, Conte anunciou a rescisão com o clube para tirar um ano sabático. 

A decisão estava ligada com o nefasto verão do inter. A braços com inúmeros problemas financeiros, os proprietários do emblema, a empresa chinesa Suning Holdings Group, representada por Zhang Jindong, informou o treinador que não só não iriam conseguir contratar os seus alvos de transferência, como também teriam que vender peças-chave do plantel para colmatar os problemas financeiros.

Depois de Conte, foi o talentoso lateral direito Achraf Hakimi, de 22 anos, a assinar pelo Paris Saint Germain, por 60 milhões de euros. 

O marroquino esteve no centro de uma grande polémic,a uma vez que o clube italiano, meses depois de o ter contrado ao Real Madrid, por 40 milhões de euros, ainda não tinha pago o valor do jogador, algo que levou Florentino Pérez a fazer um ultimato ao Inter: ou pagam Hakimi ou têm que o devolver.

Apesar de ser sempre duro perder um jovem talentoso como o lateral direito, os adeptos pareciam continuar confiantes – a sua equipa continuava com um plantel sólido pronto para defender o título, mas a sangria do Inter ainda não tinha chegado ao fim.

Na semana passada foi oficializada a saída de Romelu Lukaku, ponta de lança belga e a grande referência do clube desde que assinou em 2019, para os ingleses do Chelsea por 117,5 milhões de euros. 

A transferência foi contestada por fãs e dirigentes do clube – ninguém queria que o possante avançado deixasse o Inter, independentemente da quantia envolvida. 

Adeptos organizaram protestos à porta do Giuseppe Meazza, envergando cartazes a pedir a demissão de Zhang, e os diretores Beppe Marotta e Piero Ausilio ameaçaram demitir-se caso o negócio fosse oficializado. Tudo em vão, Lukaku acabou mesmo por rumar, pela segunda vez, para o Chelsea.

Mas o esquartejamento da equipa campeã pode não ficar por aqui. Depois do enorme susto que Christian Eriksen sofreu durante o Euro2020 – uma paragem cardíaca durante um encontro contra a Finlândia que deixou o mundo expectante –, o jogador dinamarquês teve que ter um desfibrilador interno implantado no coração. O dispositivo permite que o atleta continue a competir ao mais alto nível, mas a Liga italiana não permite que jogadores com esta condição disputem jogos no campeonato.

Esta impossibilidade pode abrir a porta de saída ao mago dinamarquês, que entre 2009 e 2013 representou o Ajax, onde poderá regressar, juntando-se a Daley Blind, que também possui um desfibrilador.

Apesar de, para já, apenas se tratar de rumores, quem também parece estar na porta de saída do clube é Lautaro Martínez, o ponta de lança de 23 anos que formava uma dupla letal com Lukaku, e que é apontado ao Tottenham Hotspurs de Nuno Espirito Santo. Contudo, esta transferência deve depender da saída (ou não) do astro Harry Kane, muito cobiçado pelos magnatas do Manchester City, que estão dispostos a pagar cerca de 150 milhões de euros pelo avançado inglês.

Para resolver o problema, a equipa agora orientada por Simone Inzaghi contratou Hakan Calhanoglu, Edin Dzeko e Denzel Dumfries, jogadores talentosos, mas que comentadores afirmam não estar ao mesmo nível dos que saíram. 
À frente do Inter desde 2016, a Suning é uma empresa que também era dona do Jiangsu Suning, clube chinês que contava com atletas como Ramires, Alex Teixeira e o treinador Fabio Capello, e que teve de ser encerrado três meses depois de ser campeão devido a dificuldades financeiras dentro do grupo.

Prontos para se aproveitarem da incerteza da equipa de Milão estão os seus rivais. A Juventus voltou a contratar Massimiliano Allegri, treinador que venceu a liga cinco vezes com a Vecchia Signora, e parece ter convencido Cristiano Ronaldo a continuar no clube. A Roma, campeã pela última vez em 2000-2001, também está à espreita e procura regressar à glória com José Mourinho ao leme.