Os bancos e financeiras concederam um total de 569 milhões de euros em crédito ao consumo em junho, de acordo com os dados do Banco de Portugal (BdP), divulgados na segunda-feira. Este valor representa uma queda de 3,9% face a maio. Já comparando com o mês de junho de 2020, trata-se de uma subida de 34,4%,
Junho foi o quarto mês consecutivo em que os montantes concedidos ficaram acima dos 500 milhões de euros (538 milhões em março, 536 milhões em abril, 590 milhões em maio).
Os dados revelam também que em junho foram emprestados cerca de 228 milhões (menos 5,2% face a maio) para o fim pessoal, quase 245 milhões de euros (menos 1,3%) para crédito automóvel e 95,5 milhões para cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto.
Foi nesta última tipologia que se registou a maior queda do valor concedido em crédito na variação em cadeia (7,2%), mas também o maior número de contratos realizados (68.094), seguindo-se os contratos para fim pessoal (33.457) e os referentes ao crédito automóvel (17.325).
Em número de contratos, foram efetuados menos 5,7% contratos em junho face a maio e menos 42% comparando com o mesmo mês de 2020. Em junho deste ano, foram realizados 119 mil contratos, um aumento de 41,9% em termos homólogos
Deste número total de novos contratos de crédito em junho, 3,9% (contra 4,0% em maio e 6,6% em junho de 2020) foram contratos subvencionados, ou seja, celebrados entre a instituição de crédito e o consumidor, mas em que parte do custo do crédito é suportada por uma entidade terceira.
No financiamento automóvel, destaca-se o ALD de novos e o crédito com reserva de propriedade de novos, que registaram a maior subida em termos de montantes concedidos em relação a maio.
Em termos acumulados, o montante de novos créditos concedidos ao consumo atingiu os 3 mil milhões nos primeiros seis meses deste ano, acima dos valores financiados no mesmo período do ano passado. No entanto, fica abaixo do montante observado no mesmo período de 2019, de 3,56 mil milhões, antes da grave crise económica que se viveu em Portugal devido às medidas adotadas na gestão da crise sanitária, de acordo com os dados do BdP também divulgados na segunda-feira.
Na comparação do primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2020, quando os bancos e financeiras concederam um total de 2,77 mil milhões de euros em crédito ao consumo, verificou-se uma subida de 8,57% no financiamento.
Ainda assim, o valor atingido nos primeiros seis meses deste ano traduz-se numa redução de 15,4% face ao mesmo período de 2019.
A maior diferença face ao primeiro semestre de 2019, antes da pandemia, verifica-se no crédito pessoal e automóvel, sendo que os cartões e descoberto tiveram uma redução menor.