António Costa não sabia do Despacho, nós não sabemos como ainda há Ministro Cabrita


Porque se tivermos um governante que tenha manchado a sua imagem, com erros, pode continuar a aplicar medidas e reforçar políticas públicas dentro da sua área de tutela, mas o eleitor já não lhe confere a confiança que precisa na avaliação popular.


A política rege-se de credibilidade e essa credibilidade é a bússola que norteia a maior ou menor satisfação permanente do eleitor. Muitas vezes, se não todas, a credibilidade e idoneidade do detentor de cargos públicos é mais exposta que o seu trabalho e próprias medidas que já implementou.

Porque se tivermos um governante que tenha manchado a sua imagem, com erros, pode continuar a aplicar medidas e reforçar políticas públicas dentro da sua área de tutela, mas o eleitor já não lhe confere a confiança que precisa na avaliação popular.

Vem esta nota introdutória a propósito do eterno, para António Costa, “ainda ministro” Eduardo Cabrita.

Diferente de últimas vezes, o primeiro-ministro António Costa distanciou-se do despacho do ministro da Administração Interna. Afastou o ónus da culpa que chegou para perto do amigo Eduardo Cabrita, o seu ministro favorito, que a 10 de maio autorizou a celebração da conquista do título de campeão de futebol pelo Sporting, no momento em que a deputada do CDS-PP, Cecília Meireles, lhe perguntou (durante o debate sobre o estado da nação) se o ministro Eduardo Cabrita “assinou esse despacho à sua revelia ou com o seu conhecimento”. A resposta foi diferente do habitual “defensor” Costa, o primeiro-ministro garantiu telegraficamente que “Não conhecia o despacho e não dei instruções”.

Este é a última, ou melhor, a mais recente nódoa na credibilidade de Eduardo Cabrita perante os eleitores portugueses. Pouco importa se somos simpatizantes do PS, do PSD, do CDS, do PCP ou da IL. A imagem, essa, está muito escurecida de nódoas políticas.

Se recuperarmos à memória ainda a anterior legislatura, quando substituiu Constança Urbano de Sousa, o ministro Eduardo Cabrita ficou manchado pelo caso das golas antifumo (que eram inflamáveis), pelos casos de falhas no SIRESP (que foram ignoradas pela tutela), o caso do cidadão ucraniano Ihor Homenyuk que morreu após violência comprovada de inspetores do SEF, o caso da requisição civil do empreendimento turístico Zmar (com uma providência cautelar posteriormente aceite pelo Supremo Tribunal Administrativo), o caso do fatídico acidente mortal de um homem que trabalhava nas faixas da autoestrada A6 (numa viatura em que seguia precisamente este ministro) que vive ainda um silêncio ensurdecedor de quem de direito à família da vítima e explicações sobre o caso e, por fim, embora haja mais casos (como a audição pela criação de uma ala para imigrantes no Estabelecimento Prisional de Caxias), o despacho que autorizou em plena crise pandémica às comemorações do título de campeão nacional de futebol do Sporting Clube de Portugal.

Todos estes casos demonstram uma só pequena coisa: Não há credibilidade popular que resista.

Não é agora, pela resposta telegráfica do primeiro-ministro ao seu desconhecimento sobre o despacho destas comemorações, que quem suportou um governante tão detentor de casos e casinhos, que conseguirá António Costa desmarcar-se do apoio permanente a quem já há muito perdeu as condições de apoio popular à sua continuidade num cargo no Governo de Portugal.

Ficará sempre, seja o ministro Cabrita eterno ou (“finalmente”, dirá muito português) saia de funções amanhã, a imagem de impunidade política e inação do primeiro-ministro António Costa face à presumível boa relação pessoal de confiança entre os dois.

Pode não perder a amizade que une António e Eduardo, é bom ver que há amizades que resistem a tudo, mas perde todo um país mais um pouco de credibilidade perante a classe política que coloca claramente o amiguismo à frente de toda a noção de um povo.

Assim, com exemplos destes, António Costa poderá não saber de despacho algum, mas todos nós ficamos igualmente sem saber se vale a pena acreditar no mérito e no crédito para se ser detentor de um cargo pública quando, enfim… basta ser-se amigo.


António Costa não sabia do Despacho, nós não sabemos como ainda há Ministro Cabrita


Porque se tivermos um governante que tenha manchado a sua imagem, com erros, pode continuar a aplicar medidas e reforçar políticas públicas dentro da sua área de tutela, mas o eleitor já não lhe confere a confiança que precisa na avaliação popular.


A política rege-se de credibilidade e essa credibilidade é a bússola que norteia a maior ou menor satisfação permanente do eleitor. Muitas vezes, se não todas, a credibilidade e idoneidade do detentor de cargos públicos é mais exposta que o seu trabalho e próprias medidas que já implementou.

Porque se tivermos um governante que tenha manchado a sua imagem, com erros, pode continuar a aplicar medidas e reforçar políticas públicas dentro da sua área de tutela, mas o eleitor já não lhe confere a confiança que precisa na avaliação popular.

Vem esta nota introdutória a propósito do eterno, para António Costa, “ainda ministro” Eduardo Cabrita.

Diferente de últimas vezes, o primeiro-ministro António Costa distanciou-se do despacho do ministro da Administração Interna. Afastou o ónus da culpa que chegou para perto do amigo Eduardo Cabrita, o seu ministro favorito, que a 10 de maio autorizou a celebração da conquista do título de campeão de futebol pelo Sporting, no momento em que a deputada do CDS-PP, Cecília Meireles, lhe perguntou (durante o debate sobre o estado da nação) se o ministro Eduardo Cabrita “assinou esse despacho à sua revelia ou com o seu conhecimento”. A resposta foi diferente do habitual “defensor” Costa, o primeiro-ministro garantiu telegraficamente que “Não conhecia o despacho e não dei instruções”.

Este é a última, ou melhor, a mais recente nódoa na credibilidade de Eduardo Cabrita perante os eleitores portugueses. Pouco importa se somos simpatizantes do PS, do PSD, do CDS, do PCP ou da IL. A imagem, essa, está muito escurecida de nódoas políticas.

Se recuperarmos à memória ainda a anterior legislatura, quando substituiu Constança Urbano de Sousa, o ministro Eduardo Cabrita ficou manchado pelo caso das golas antifumo (que eram inflamáveis), pelos casos de falhas no SIRESP (que foram ignoradas pela tutela), o caso do cidadão ucraniano Ihor Homenyuk que morreu após violência comprovada de inspetores do SEF, o caso da requisição civil do empreendimento turístico Zmar (com uma providência cautelar posteriormente aceite pelo Supremo Tribunal Administrativo), o caso do fatídico acidente mortal de um homem que trabalhava nas faixas da autoestrada A6 (numa viatura em que seguia precisamente este ministro) que vive ainda um silêncio ensurdecedor de quem de direito à família da vítima e explicações sobre o caso e, por fim, embora haja mais casos (como a audição pela criação de uma ala para imigrantes no Estabelecimento Prisional de Caxias), o despacho que autorizou em plena crise pandémica às comemorações do título de campeão nacional de futebol do Sporting Clube de Portugal.

Todos estes casos demonstram uma só pequena coisa: Não há credibilidade popular que resista.

Não é agora, pela resposta telegráfica do primeiro-ministro ao seu desconhecimento sobre o despacho destas comemorações, que quem suportou um governante tão detentor de casos e casinhos, que conseguirá António Costa desmarcar-se do apoio permanente a quem já há muito perdeu as condições de apoio popular à sua continuidade num cargo no Governo de Portugal.

Ficará sempre, seja o ministro Cabrita eterno ou (“finalmente”, dirá muito português) saia de funções amanhã, a imagem de impunidade política e inação do primeiro-ministro António Costa face à presumível boa relação pessoal de confiança entre os dois.

Pode não perder a amizade que une António e Eduardo, é bom ver que há amizades que resistem a tudo, mas perde todo um país mais um pouco de credibilidade perante a classe política que coloca claramente o amiguismo à frente de toda a noção de um povo.

Assim, com exemplos destes, António Costa poderá não saber de despacho algum, mas todos nós ficamos igualmente sem saber se vale a pena acreditar no mérito e no crédito para se ser detentor de um cargo pública quando, enfim… basta ser-se amigo.