Três anos volvidos, espreitamos para o que foi jurado e verificamos que ainda há pessoas que ficaram sem nada e sem nada continuam.
Em 2018, Monchique ardeu. O maior incêndio da Europa registado nesse ano. Ontem, ardeu de novo. Desta feita, rapidamente o incêndio foi controlado, graças a quem no terreno o combateu e ao benefício das condições climatéricas. Ainda recentemente, o presidente da Câmara de Monchique, Rui André, tinha publicamente advertido para o acumular de pilhas de madeira queimadas na serra ainda relativas ao incêndio de 2018, exigindo ao Governo “uma solução e apoio imediato que permita ultrapassar esta situação que põe em causa a sustentabilidade da floresta do concelho, potencia o risco de incêndio, o abandono e desordenamento do território e pode resultar também em problemas fitossanitários, com o surgimento de pragas e doenças, com impactos na flora e fauna”.
Ao que parece, muito pouco terá sido feito. Felizmente, não há desta feita registo de grandes danos. Em 2018, não foi assim. Foi terrível. A resposta foi pronta e reconfortante. À época recordo uma peregrinação infindável de membros do Governo – o Presidente da República também por lá passou – que ofuscados pelos holofotes se desmultiplicaram em promessas. Era reconstrução para quem tinha perdido a casa; era reordenamento do mosaico florestal; eram apoios para as perdas agrícolas; era tudo e mais alguma coisa. A luz apagou-se, o holofote esmoreceu, e três anos volvidos, espreitamos para o que foi jurado e verificamos que ainda há pessoas que ficaram sem nada e sem nada continuam. Sem casa.
Sem nada continuam!
Deputado do PSD