Há duas décadas que Portugal caminha para a posição de país mais pobre da Europa. Em 2000, ocupávamos a 15.ª posição no ranking europeu do PIB per capita.
Hoje, ocupamos a 19.ª posição. Estamos, portanto, a caminho da 27ª. E última.
Nestes últimos 20 anos, fomos ultrapassados pela Eslovénia em 2003, a República Checa em 2007, Malta em 2009, a Estónia em 2017 e a Lituânia também em 2017.
Entretanto, fizemos a proeza extraordinária de ultrapassar a Grécia, em 2011, de modo que regredimos 4 posições.
A queda para o fim da tabela intensificou-se nos 4 anos que vão de 2016 a 2019, anos em que o PS apoiado na extrema-esquerda governou.
Em 4 anos, fomos ultrapassados por nada menos do que 2 países. Já só temos atrás de nós 8 países, 3 dos quais à beira de nos ultrapassarem: a Eslováquia, a Hungria e a Polónia.
Há 20 anos, o PIB per capita português, era 85% da média europeia. Hoje é 79%.
Para encontrarmos duas décadas como estas, duas décadas de afastamento da média europeia, é necessário regredir… às duas primeiras décadas do século passado, duas décadas de caos e guerra. 80 anos de convergência depois, voltámos à divergência.
Estes 20 anos de fracasso foram anos em que o Partido Socialista governou sempre, salvo em situações de emergência financeira, que essa governação provocou.
Não conheço melhor demonstração do fiasco da governação socialista.
É um facto que nos últimos 3 anos não houve divergência em relação à média europeia.
Sem dúvida: mas tal ficou a dever-se ao facto de a média europeia, arrastada pelos crescimentos anémicos das grandes economias, designadamente da Alemanha e da Itália, ter caído numa lamentável mediocridade.
É com os outros 14 países da coesão, com os países que se encontram num patamar de desenvolvimento semelhante ao nosso, que nos devemos comparar, e não com uma média letárgica. E esses países cresceram muitíssimo mais do que nós, o que explica que nos tenham vindo a ultrapassar metodicamente ao longo dos últimos 20 anos, incluindo os últimos 4 anos.
Compreendemos que o Partido Socialista e os seus parceiros da extrema-esquerda façam tudo o que podem e não podem para escamotear esta triste realidade e levar a sociedade portuguesa a fazer o mesmo. Reconhecê-la seria reconhecer o logro e os danos que a sua governação tem causado ao país.
Mas sem reconhecermos a doença é muito pouco provável, para não dizer impossível, que ela desapareça por si.
Os próximos anos vão ser piores do que os últimos De acordo com as previsões europeias, secundadas pelas da OCDE, em 2022, o PIB português estará 1% acima do nível pré-crise.
A União Europeia no seu conjunto estará 2,2% acima. Os outros países da coesão estarão 4,1% acima de 2019.
Esta crise e a sua recuperação vieram mostrar as debilidades estruturais da economia portuguesa, que nos têm empurrado sistematicamente em direção ao lugar de país mais pobre da Europa. Nesta crise caímos mais do que os outros, protegemos menos do que os outros o tecido produtivo e o emprego e recuperámos menos do que os outros. Aceleramos, portanto, o caminho para o fim da tabela do PIB per capita.
Porquê? Baixíssimos níveis de investimento; burocracias várias; sistema de justiça ineficiente; desconsideração pelo mérito; iliteracia cidadã. Sem mudar não será diferente.
Deputado