50 discos para recordar 1971. Revolução do rock, da tropicália, do prog e da canção como arma

50 discos para recordar 1971. Revolução do rock, da tropicália, do prog e da canção como arma


Dos Estados Unidos a Inglaterra, de Portugal ao Brasil, o mundo parou há 50 anos para ouvir músicas tão impactantes como Stairway to Heaven dos Led Zeppelin,  Imagine do John Lennon,  The Revolution Will Not Be Televised de Gil Scott-Heron ou Grândola, Vila Morena de Zeca Afonso.


Com inúmeros grupos ainda na ressaca do Woodstock a tentarem descobrir qual o caminho certo a seguir depois do fim da geração da ”paz e o amor”, artistas a tentarem encontrar na sua voz armas para fazer frente aos regimes que ameaçavam a liberdade nos seus países, mulheres a encontrarem o seu espaço no mundo da música dominado (ainda) por artistas e burocratas do sexo masculino, 1971 foi um ano de mudança e de novos sons para todos os músicos.

Nos Estados Unidos e Inglaterra, enquanto os Beatles começavam a aventurar-se nas suas carreiras a solo, sem nunca se esquecerem de mandar “bicadas” aos seus ex-colegas, músicos ofereciam novos contornos mais complexos à simplicidade instrumental do rock ‘n’ roll, daí terem surgido expressões como o prog-rock, que misturava o rock num caldeirão de estilos que pareciam, aparentemente, incompatíveis, como o jazz ou a música clássica, mas também obrigou muitos autores a enfrentarem a realidade falhada da geração hippie, por exemplo Marvin Gaye ou os Sly and the Family Stone abandonaram o seu som domesticado e alegre para criarem contos das injustiças sociais e do racismo que sofriam na pele nos aparentemente avançados Estados Unidos.

Ainda no tema da injustiça, não precisamos também de ir muito longe e olharmos para dentro de Portugal, ou para os nossos irmãos no Brasil. Este foi um ano extremamente rico para a música portuguesa, que viu nascer face à injustiça do Estado Novo alguns dos maiores registos musicais da sua história, como Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades, de José Mário Branco, ou o Cantigas do Maio, onde está incluída a importantíssima ‘Grândola, Vila Morena’, enquanto o Brasil recebeu discos de Chico Buarque e Caetano Veloso enquanto estes se encontravam no exílio.

O ano de 1971 foi um dos mais marcantes da história da música, não fosse o ano em que os Led Zeppelin lançavam o magnânimo ‘Stairway to Heaven’. E, agora, , recordamos alguns (seria absolutamente impossível escrever sobre todos) dos lançamentos musicais que mais impacto causaram neste ano singular, onde fomos obrigados a despedirmo-nos de ícones como Jim Morrison ou Janis Joplin.

Janis Joplin – Pearl

Um álbum agridoce para todos os fãs da poderosa voz de uma das cantoras mais icónicas de todos os tempos. Apesar de Pearl ser o trabalho mais maduro e polido da cantora e de apresentar “pérolas” como Mercedes Benz ou Me and Bobby McGee, este foi lançado três meses após a morte de Joplin, devido a uma overdose de heroína.

11 de janeiro

Carole King – Tapestry

Depois de um início de carreira marcado pelas interpretações das músicas do seu ex-marido, Gerry Goffin, e de um disco de estreia que foi mal recebido em termos comerciais, o segundo disco de Carole King, Tapestry, tornou a cantora numa estrela e acabou por se revelar uma influência gigante naquilo que hoje é conhecido como a pop barroca.

fevereiro

Alice Coltrane – Journey in Satchidananda

Inspirada pelo líder religioso indiano Swami Satchidananda, Alice Coltrane, ex-mulher de John Coltrane até à morte do músico, criou um dos mais intrigantes discos de jazz da história da música, misturando as bases deste género musical com os sons da sua harpa e com influências de música oriental e africana.

fevereiro

Os Mutantes – Jardim Elétrico

Uma das bandas mais curiosas do rock brasileiro, os Mutantes nasceram da vontade de experimentar sons introduzidos por grupos como Beatles com os canônes da música brasileira originando um som descrito como tropicália. Em 1971, o grupo lançou o seu quarto disco, Jardim Elétrico, onde também apresenta  influências de funk americano.

março

Leonard Cohen – Songs of Love and Hate

Considerado um dos discos mais sentimentais e intensos de Leonard Cohen, apresenta um conceito que, tal como o título revela, divide as canções entre belas músicas românticas, como “Famous Blue Raincoat”, e poderosas e melancólicas canções sobre o “ódio”. 

17 de março

Jethro Tull – Aqualung 

Aqualung é um dos mais bem sucedidos álbuns conceptuais de todos os tempos, com a religião e Deus como temas centrais, e a conseguir misturar este estilo musical com elementos de música tradicional inglesa. Ainda hoje, muitos almejam utilizar a flauta tão naturalmente na sua música como o irreverente Ian Anderson. 

19 de março

Serge Gainsbourg  – Histoire de Melody Nelson

Considerada a obra-prima de Serge Gainsbourg e um marco do rock francês, este disco que conta a história de amor entre Melody Nelson, uma figura inspirada na Lolita de Nabokov, e o músico francês. Foi citado como uma influência por uma variedade de artistas como Pulp, Beck ou Stereolab. 

24 de março

Ash Ra Tempel – Ash Ra Tempel 
O álbum de estreia da banda alemã fundada pelo visionário Manuel Göttsching tornou-se um dos mais importantes discos do movimento krautrock, caracterizado pela repetição e liberdade para improvisar, que viria a revolucionar estilos como o rock e servir de precursor para a música eletrónica e ambiente. 

março

Caravan – In the Land of Grey and Pink

Os ingleses foram uma das bandas mais aclamadas da cena de Canterbury, que viu eclodir inúmeras bandas de rock progressivo. Apesar de ter sido um sucesso entre a critica, In the Land of Grey and Pink, foi um fracasso comercial e levou David Sinclair, um dos fundadores, a abandonar a banda temporariamente. 

8 de abril

Rolling Stones – Sticky Fingers

Da icónica capa criada por Andy Warhol, a músicas como ‘Brown Sugar’ ou ‘Wild Horses, Stick Fingers’, primeiro disco dos Stones depois da morte de Brian Jones, fundador e principal compositor, é considerado um dos melhores álbuns da discografia da banda e um dos mais importantes da história do rock. 

23 de abril

Nick Drake – Bryter Layter

Apesar de hoje ser um dos nomes mais icónicos de cantautores da folk, enquanto era vivo, Nick Drake passou ao lado do público, não tendo conseguido vender mais de 5 mil unidades dos seus discos e raramente dando concertos. Bryter Layter, o segundo disco do músico, recebeu elementos mais apelativos para o tornar mais comercial.

29 de abril

The Doors – L.A. Woman

O último álbum gravado por Jim Morrison é também aquele que tem algumas das músicas mais icónicas da sua banda, como ‘Love Her Madly’, a faixa que partilha nome com o disco e a misteriosa ‘Riders on the Storm’. Três meses depois do lançamento de L.A. Woman, Morrison foi encontrado morto numa banheira em Paris aos 27 anos. 

29 de abril

Carpenters – Carpenters

O terceiro disco dos irmãos Carpenters, também o seu mais bem sucedido, cimentou o grupo como um dos projetos mais bem sucedidos da música easy listening dos EUA. O álbum foi tão bem recebido que Karen Carpenter passou a ocupar a tempo inteiro as funções de vocalista, inclusive nos concertos, onde costumava tocar bateria.

14 de maio

Paul e Linda McCartney – Ram 

Depois do fim dos Beatles e da criação do seu primeiro disco a solo, lançado no ano anterior, Ram tornou-se efetivamente o primeiro disco em que Paul McCartney voltou a colaborar com uma banda. A estética descontraída e caseira do disco viria a ser adotada por muitos músicos no futuro e daria nome ao estilo musical indie pop. 

17 de maio

Marvin Gaye – What’s Going On 

Votado como o melhor álbum de sempre na lista atualizada, de 2020, da Rolling Stone, What’s Going On é um álbum conceptual, onde grande parte das músicas fluem umas para as outras. Conta a história de um veterano do VIetname que regressa aos EUA para encontrar um país afundado em injustiça e ódio. 

21 de maio

José Cid- José Cid

Depois de aventuras com o Quarteto 1111, em 1971, José Cid lança o seu primeiro disco em nome próprio, onde Cid dá sinais porque é que se viria a tornar num dos nomes mais aclamados e ecléticos da música portuguesa. Este disco conta ainda com uma versão atualizada de Dragão, uma música que crítica a ditadura e Salazar. 

maio

Emerson, Lake and Palmer – Tarkus 

O supergrupo constituído por  Keith Emerson, Greg Lake e Carl Palmer foram uma das mais bem sucedidas bandas de rock progressivo da sua geração. Tarkus é um dos discos mais ambiciosos do grupo, a faixa que oferece nome ao disco ocupa o lado A completo e tem 20 minutos de duração. 

14 de junho

Joni Mitchell – Blue

Acabado de celebrar o seu 50º aniversário, Blue foi um importante e influente disco de emancipação feminina uma vez que devido ao seu sucesso crítico e comercial, movido pela incr´vel voz de Mitchell, veio provar que as mulheres também tinham a capacidade de construir músicas e álbuns baseados nas suas vidas e pensamentos. 

22 de junho

Tim Maia – Tim Maia 

O segundo álbum de Tim Maia cimentou o cantor como uma das maiores estrelas e um dos músicos mais dotados do Brasil, dada a sua capacidade de misturar sons modernos com a tradição do seu país. Este disco ainda é tão acarinhado que a faixa ‘Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)’ foi das músicas mais tocadas nas festas brasileiras nos últimos 10 anos.

junho

Caetano Veloso – Caetano Veloso 

O terceiro disco de lenda da música brasileira, Caetano Veloso, foi gravado na integra em Inglaterra, onde o cantor se encontrava em exílio, imposto pela ditadura militar. O disco é todo cantado em inglês, mas os sentimentos são dirigidos a todos os brasileiros que continuavam a viver sob o regime militar.

junho

Funkadelic – Maggot Brain

A banda liderada por George Clinton foi originalmente criada para abrir os concertos dos Parliament, outro projeto do músico, no entanto ganhou vida própria enquanto o grupo ambicionava explorar um lado mais rock e psicadélico. Um dos momentos mais gloriosos de Maggot Brain é o solo de guitarra de 10 minutos de Eddie Hazel, que abre o disco.

12 de julho

Black Sabbath – Master of Reality

Heavy Metal antes do termo sequer existir. A banda de Ozzy Osbourne e Tony Iommi criou um dos discos mais pesados à época e que influenciou toda um geração de metaleiros, que ainda hoje estimam músicas como Sweet Leaf ou Into the Void como autênticos guias sobre este estilo musical.

21 de julho

Isaac Hayes – Shaft

Um dos maiores clássicos do cinema de blaxploitation, tanto o filme como a sua banda sonora merecem um lugar na história da cultura pop. Pelo seu trabalho na música que introduzia o detetive negro, Isaac Hayes foi galardoado com um Óscar por melhor música original, tornando-se o primeiro afro-americano a vencer esta distinção. 

julho

The Who – Who’s Next 

Para um disco que nasceu de uma ópera rock abandonada pelo grupo inglês, Who’s Next nao se safou nada mal. O disc, que contem clássicos como Won’t Get Fooled Again ou Baba O’Riley, é um dos álbuns mais aclamados na discografia dos The Who e críticos consideram que este é o álbum que melhor captura a energia dos concertos do grupo.

25 de agosto

Fela Kuti & Africa 70 With Ginger Baker – Live!

Em 1971, Ginger Baker, baterista dos Cream, viajou até África para conhecer os ritmos deste continente com o lendário músico nigeriano Fela Kuti. O resultado desta viagem culminou neste álbum-concerto onde o baterista inglês tem a oportunidade de brilhar, ao lado de Tony Allen, num solo de 16 minutos. 

30 de agosto

Ten Years After  – A Space In Time

Com o final do Woodstock e da geração paz e amor, muitas das bandas que se dedicavam a estas filosofias adotaram sons mais assentes no hard rock, os Ten Years After são um bom exemplo. A Space in Time foi o mais bem sucedido disco do grupo, apesar de contar com diversas baladas e músicas mais calmas.

agosto

Carlos Paredes – Movimento perpétuo

O disco que viria a suceder o álbum de estreia, Guitarra portuguesa, onde se incluia a inconfundível Canção Verdes Anos, colocaria o guitarrista num pedestal alcançado por poucos músicos portugueses.  Movimento Perpétuo é um exercício de perfeccionismo que pretende mostrar os limites da guitarra portuguesa.

3 de setembro

John Lennon – Imagine

Uma música tão inesquecível e icónico que referir a palavra Imagine automaticamente nos remete para o single do segundo álbum a solo de John Lennon. Com colaboração de outro ex-Beatle, George Harrison, Imagine conta ainda com uma faixa que é uma “bicada” ao seu ex-colega, Paul McCartney, How Do You Sleep. 

9 de setembro

Deep Purple – Fireball

Apesar de não ser tão memorável quanto o seu sucessor, Machine Head, que conta com uma das músicas mais distintas de sempre, Smoke on the Water, Fireball oferece uma visão única de um grupo que se estava a preparar para revolucionar a música rock com as longas e complexas estruturas das suas músicas. 

15 de setembro

T. Rex – Electric Warrior 

Uma das maiores coqueluches do rock inglês, Marc Bolan, líder dos T-Rex e pioneiro do movimento glam rock, tornou-se numa estrela depois de abandonar as influências folk e a adotar uma postura rock ‘n’ roll em Electric Warriorr. Músicas como Cosmic Dancer ou Get it On apaixonaram uma geração de músicos sexualmente ambíguos

24 de setembro

Santana – Santana III

Depois do sucesso esmagador de Abraxas, Carlos Santana e a sua banda estavam com dificuldades e perceber qual seria o melhor seguimento para o som da sua banda. III seria o último disco com os membros da banda que atuaram no Woodstoock e, no futuro, o guitarrista optou por explorar elementos de jazz-fusion e da música latina. 

setembro

Gil Scott-Heron – Pieces of a Man 

Poeta, músico e ativista, Gil Scott-Heron neste disco prometeu-nos que a Revolution Will Not Be Televised e a música nunca mais foi bem a mesma. A sua influência ainda é sentida atualmente, nomeadamente no hip-hop, tendo já sido samplado por músicos como Kanye West ou Kendrick Lamar.

setembro

Hawkwind – In Search of Space

Uma das primeiras e mais importantes bandas do estilo space rock, que levava os seus fãs mesmo a questionar se os membros do grupo não surgiram mesmo do espaço. Muitos dos instrumentais das faixas são longas improvisações que surgiram de experiências da banda com drogas psicadélicas. 

8 de outubro

Françoise Hardy – La question

Um álbum de culto e considerado o ponto de viragem na carreira da diva francesa, que abandonou uma corrente mais comercial para adotar um som mais maduro. Este disco, lançado originalmente sem nome, revela as ansiedades que Hardy sofria na época enquanto viva com o seu ex-marido, Jacques Dutronc.

16 de outubro

Harry Nilsson – Nilsson Schmilsson 

Um dos tesouros mais subvalorizados da música norte-americana, Harry Nilsson, cuja música inspirou desde os Beatles até os Beach Boys, foi um dos grandes compositores dos anos 1970 e Nilsson Schmilsson é um dos seus discos com mais êxitos.  Neste ano, Nilsson ambem lançou o disco The Point.

1 de novembro

The Mahavishnu Orchestra With John McLaughlin – The Inner Mounting Flame

O guitarrista John McLaughlin, outrora um discipulo de Miles Davis, contribuiu inclusive no seminal Bitches Brew, juntamente com a Mahavishnu Orchestra lançou o seu disco de estreia The Inner Mounting Flame, onde misturam jazz, com música clássica indiana e rock psicadélico. 

3 de novembro

Pink Floyd – Meddle

Apesar de não ser dos álbuns mais reconhecidos dos  ingleses, Meddle é um dos  ambiciosos, especialmente a composição de 20 minutos Echoes.. Este disco encontra o grupo numa encruzilhada, após a saída de Syd Barrett, principal fonte criativa do conjunto, por problemas de saúde,  provocados pelo consumo excessivo de LSD.

5 de novembro

Led Zeppelin – Led Zeppelin IV

Foi o álbum que introduziu o mundo à monumental Stairway to Heaven e “condenou” os Led Zeppelin ao estatuto de Deuses.  A banda possui  opiniões diversas sobre este disco e a famosa música, o vocalista Robert Plant, cansado de ouvir a música na rádio, terá pago 10 mil dólares a uma rádio para nunca mais passarem a canção.

8 de novembro

Genesis – Nursery Cryme
Antes dos monumentais Selling England by the Pound (1973), The Lamb Lies Down on Broadway (1974), os Genesis ainda eram uma banda a descobrir o seu potencial. Nursery Cryme foi o primeiro disco do conjunto a incluir Phil Collins e Steve Hackett e isso permitiu à banda adotar uma postura mais agressiva e experimental.

12 de novembro

Sly and the Family Stone – There’s a Riot Going On

Depois de terem marcado a década de 1960 com a sua música ótimista e psicadélica, o quinto disco da banda liderada por Sly Stone mostrou um som mais pesado e atento às injustiças nos EUA. O disco era suposto chamar-se Africa Talks to You, mas mudou de nome em resposta ao disco de Marvin Gaye. 

20 de novembro

José Mário Branco ‎– Mudam-se Os Tempos, Mudam-se As Vontades

Um dos mais importantes discos da língua portuguesa e considerado pela crítica como o Sgt. Peppers português. A ideia para a música homónimo surgiu quando o cantor, ainda exilado em França, releu o soneto “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” de Luís de Camões. 

26 de novembro

Yes – Fragile

Num ano marcado por diversos lançamentos seminais para os fãs de prog-rock, não podiam faltar os Yes, um dos gigantes do estilo, que, em 1971, adotavam na sua banda o influente teclista Rick Wakeman
e gravavam o seu segundo disco, Fragile, que conta com uma das obras-primas do grupo, a música que inicia o disco, Roundabout. 

26 de novembro

Alice Cooper – Killer
Um ano antes de lançar um dos seus maiores sucessos, School’s Out, Cooper experimentava até que ponto é que a sua música podia ir, mostrando um lado mais complexo e com estruturas “dignas de uns King Crimson”, descreveu o músico numa compilação editada mais tarde. Neste ano, o músico lançou também Love it to Death. 

27 de novembro

Adriano Correia de Oliveira – Gente de aqui e de agora

Um cantor contra o regime opressor da ditadura, este disco faz parte de uma trilogia, onde também estão incluídos álbuns como O Canto E As Armas e Cantaremos, dedicados à poesia de Manuel Alegre, onde estão incluídos inúmeras músicas de resistência como Canção Tão Triste ou E Alegre Se Fez Triste.

novembro

Jorge Ben – Negro é Lindo

O oitavo disco do brasileiro Jorge Ben Jor apresenta um tema contemporâneo de empoderamento para as comunidades negras. “Negro é lindo / Negro é amor / Negro é amigo”, canta Ben Jor na música que partilha nome com o disco. Negro é Lindo conta ainda com um tributo ao boxer Muhammad Ali, na faixa Cassius Marcelo Clay.

novembro

King Crimson – Islands

Depois da potente entrada em cena com In the Court of the Crimson King (1969), uma demonstração de como era possível misturar rock com elementos de jazz e de música clássica, os King Crimson passaram por uma metamorfose e, em 1971, com um alinhamento novo, criaram esta ode ao jazz de fusão e à música de câmara. 

3 de dezembro

Can – Tago Mago

O segundo disco da influente banda alemã e primeiro com o seu vocalista mais reconhecido, o japonês Damo Suzuki, está dividido em duas partes: a primeira mais convencional, focada em rock psicadélico com uma batida repetitiva, que viria a marcar o movimento krautrock, e a segunda mais experimental e avant-garde. 

10 de dezembro

David Bowie – Hunky Dory

Com um som mais focado em expressões como o art-rock, com mais enfâse nos teclados e sintetizadores, Bowie criou um dos seus mais icónicos discos, com faixas como Changes. Apesar de ter sido bem recebido pela crítica, o disco apenas encontraria sucesso comercial no ano seguinte, depois do lançamento de Ziggy Stardust.

17 de dezembro

Zeca Afonso – Cantigas do Maio

O disco que ofereceu aos portugueses músicas como Maio Maduro Maio ou Grândola, Vila Morena, música que marcou o início da Revolução do 25 de abril de 1974. O disco foi gravado em França, em Herouville, e contou com a presença de José Mário Branco como encenador e produtor do álbum. 

dezembro

Chico Buarque – Construção

Criado após um exílio em Itália e durante o regresso ao Brasil, Construção, um dos álbuns mais aclamados de Chico Buarque, está repleto de músicas com o ritmo do bossa nova, mas com críticas ao regime militar, enquanto oferece uma visão da miséria em que viviam muitos dos brasileiros neste período da história do país. 

dezembro