Candidatos


Nos diversos patamares de ação política é muito reconfortante sentir que a minha geração conseguiu criar espaço para uma renovação tranquila e capaz de cruzar a história e identidade com os desafios do futuro.


Com a aproximação do Congresso do Partido Socialista (PS) os anunciados ou pronunciados candidatos à sucessão de António Costa na liderança do Partido, o qual pelo que sei ainda não alterou a informação pública de que não tenciona meter tão cedo os papeis para a reforma, têm sido alvo de noticias, que lhe dão visibilidade enquanto tal. A capacidade de fazer emergir em cada geração política um punhado de bons potenciais líderes tem sido uma das grandes forças do PS e uma das razões porque desde o 25 de Abril se tem assumido como uma força estruturante do regime democrático e das políticas progressistas em Portugal e cada vez mais também na Europa.

Nos diversos patamares de ação política, do local ao europeu, é muito reconfortante sentir que a minha geração conseguiu criar espaço para uma renovação tranquila e capaz de cruzar a história e identidade com os desafios do futuro. É com este sentimento firme, que considero que fazer do próximo Congresso do PS um jogo de sombras em torno de candidaturas, seria perder uma oportunidade para debater, não as prioridades políticas do PS, que as têm bem definidas, consolidadas e enraizadas no Partido e na sociedade, mas a forma de as concretizar nos tempos de complexidade e desafio em que vivemos.  

O PS é a base política central de um Governo com prioridades claras e que teve mérito de obter recursos para as concretizar. A chave do sucesso estará nos procedimentos, no modelo de afetação, de coordenação, de monitorização e de valorização dos conhecimentos, dos territórios e das ideias.

A prioridade política da valorização dos territórios, do combate à desertificação e da promoção da coesão não suscita polémica. Mas ninguém ignora que a estrutura esquelética e a fragilidade de massa crítica existente em muitas regiões vai ser um dos grandes obstáculos à concretização de projetos geradores de riqueza e de emprego sustentável. Receitar uma regionalização apressada já não vai a tempo. Mas o repovoamento qualitativo e quantitativo tem que ser encarado como inadiável.

A ideia de repovoamento, ou de implantação de células de massa crítica viáveis e replicáveis, não pode ser desligada da necessidade de promover migrações internas, estancar a drenagem de populações das zonas mais carenciadas e atrair migrantes de onde eles estejam disponíveis a trabalhar em Portugal com condições de dignidade e valor acrescentado.

Dito assim também não é polémico. Mas é preciso ir mais longe e assumir compromissos concretos e difíceis. Os migrantes não podem continuar a trabalhar em condições indignas e precárias, que tendem a contaminar as condições de trabalho em largos setores da economia. Isso é aviltante para eles e tóxico para a recuperação económica e social em Portugal. Só mais um exemplo. Aquilo que é pago a uma grande maioria dos nossos jovens diplomados é inaceitável. Promove a emigração, contém a realização e a motivação e congela a pressão para o investimento na produtividade.

Eis três questões que não sendo polémicas na formulação, precisam de um bom debate e soluções robustas e para as quais os congressistas do PS (em que me incluo) são todos candidatos a contribuir. 

Eurodeputado

    

Candidatos


Nos diversos patamares de ação política é muito reconfortante sentir que a minha geração conseguiu criar espaço para uma renovação tranquila e capaz de cruzar a história e identidade com os desafios do futuro.


Com a aproximação do Congresso do Partido Socialista (PS) os anunciados ou pronunciados candidatos à sucessão de António Costa na liderança do Partido, o qual pelo que sei ainda não alterou a informação pública de que não tenciona meter tão cedo os papeis para a reforma, têm sido alvo de noticias, que lhe dão visibilidade enquanto tal. A capacidade de fazer emergir em cada geração política um punhado de bons potenciais líderes tem sido uma das grandes forças do PS e uma das razões porque desde o 25 de Abril se tem assumido como uma força estruturante do regime democrático e das políticas progressistas em Portugal e cada vez mais também na Europa.

Nos diversos patamares de ação política, do local ao europeu, é muito reconfortante sentir que a minha geração conseguiu criar espaço para uma renovação tranquila e capaz de cruzar a história e identidade com os desafios do futuro. É com este sentimento firme, que considero que fazer do próximo Congresso do PS um jogo de sombras em torno de candidaturas, seria perder uma oportunidade para debater, não as prioridades políticas do PS, que as têm bem definidas, consolidadas e enraizadas no Partido e na sociedade, mas a forma de as concretizar nos tempos de complexidade e desafio em que vivemos.  

O PS é a base política central de um Governo com prioridades claras e que teve mérito de obter recursos para as concretizar. A chave do sucesso estará nos procedimentos, no modelo de afetação, de coordenação, de monitorização e de valorização dos conhecimentos, dos territórios e das ideias.

A prioridade política da valorização dos territórios, do combate à desertificação e da promoção da coesão não suscita polémica. Mas ninguém ignora que a estrutura esquelética e a fragilidade de massa crítica existente em muitas regiões vai ser um dos grandes obstáculos à concretização de projetos geradores de riqueza e de emprego sustentável. Receitar uma regionalização apressada já não vai a tempo. Mas o repovoamento qualitativo e quantitativo tem que ser encarado como inadiável.

A ideia de repovoamento, ou de implantação de células de massa crítica viáveis e replicáveis, não pode ser desligada da necessidade de promover migrações internas, estancar a drenagem de populações das zonas mais carenciadas e atrair migrantes de onde eles estejam disponíveis a trabalhar em Portugal com condições de dignidade e valor acrescentado.

Dito assim também não é polémico. Mas é preciso ir mais longe e assumir compromissos concretos e difíceis. Os migrantes não podem continuar a trabalhar em condições indignas e precárias, que tendem a contaminar as condições de trabalho em largos setores da economia. Isso é aviltante para eles e tóxico para a recuperação económica e social em Portugal. Só mais um exemplo. Aquilo que é pago a uma grande maioria dos nossos jovens diplomados é inaceitável. Promove a emigração, contém a realização e a motivação e congela a pressão para o investimento na produtividade.

Eis três questões que não sendo polémicas na formulação, precisam de um bom debate e soluções robustas e para as quais os congressistas do PS (em que me incluo) são todos candidatos a contribuir. 

Eurodeputado