DGS vai avaliar redução do tempo de espera entre as duas doses da vacina da AstraZeneca

DGS vai avaliar redução do tempo de espera entre as duas doses da vacina da AstraZeneca


Recorde-se que em abril, a DGS recomendou a administração da vacina da AstraZeneca para pessoas acima dos 60 anos, seguindo a decisão de outros países, que também colocaram restrições etárias à vacina. 


A Direção-Geral da Saúde (DGS) e a comissão técnica de vacinação estão a ponderar diminuir o tempo de espera entre as duas doses da vacina da AstraZeneca, anunciou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, esta quarta-feira.

"Essas dúvidas continuam do ponto de vista técnico. Ainda há pouco tempo se falava na possibilidade de alargar o tempo das doses em função daquilo que era a questão da imunidade, portanto, promovia maior imunidade se fossem mais afastadas as doses", apontou António Sales, após ser questionado sobre o assunto pelos jornalistas numa visita a Santa Cruz da Trapa, em São Pedro do Sul.

Já “hoje diz-se o contrário, nomeadamente em relação a uma variante, a variante Delta [associada à Índia], e, por isso, essa é também uma questão técnica que a DGS e a comissão técnica de vacinação estão a ponderar", sublinhou Sales.

De mencionar que segundo o estudo Public Health England (PHE), publicado esta segunda-feira pelas autoridades de saúde britânicas, duas doses das vacinas Pfizer ou AstraZeneca protegem mais 90% contra internamentos em caso de infeção com a variante Delta, associada à índia, sendo considerada potencialmente mais contagiosa.

O PHE aponta para 96% de proteção contra hospitalizações após a toma de duas doses no caso da Pfizer e 92% para a AstraZeneca.

As duas vacinas protegem de forma eficaz tanto da variante Delta como da Alpha, associada ao Reino Unido, apenas com as duas doses inoculadas, informou a análise de PHE.

Segundo Mary Ramsay, responsável pela vacinação PHE, "é absolutamente vital receber ambas as doses assim que forem oferecidas para obter a máxima proteção contra todas as variantes existentes e emergentes".

Já a comissária europeia para a saúde disse, esta terça-feira, que estão a surgir provas que demonstram que a variante Delta “diminui a força do escudo protetor” desenvolvido pelas vacinas, reforçando a necessidade de aceleração da vacinação completa da população.

"Têm surgido provas de que as variantes – nomeadamente a variante Delta – diminuem a força do escudo protetor fornecido pelas vacinas, especialmente quando a vacinação ainda não é completa. É, portanto, crucial que o maior número possível de cidadãos seja vacinado contra a covid-19, e que seja totalmente vacinado o mais rapidamente possível", assinalou Stella Kyriakides.

Recorde-se que as autoridades de saúde portuguesas confirmaram, na passada sexta-feira, a transmissão comunitária da variante Delta, sobretudo na região de Lisboa e vale do Tejo.

Também de mencionar que em abril, a DGS recomendou a administração da vacina da AstraZeneca para pessoas acima dos 60 anos, seguindo a decisão de outros países, que também colocaram restrições em faixas etárias à administração da vacina.

António Lacerda Sales ainda disse hoje que Portugal “está a fazer um estudo”, que também está a ser realizado a nível Internacional, sobre as variantes da covid-19 e a eficácia das diferentes vacinas, bem como o perfil clínico das pessoas internadas e se estão ou não vacinadas.

"Tudo isso é muito importante na definição deste processo. Esse estudo está a ser feito, com certeza com a devida tranquilidade também, porque não é só a nível nacional, é também a nível internacional que tem de ser feito de acompanhamento, de monitorização, não é algo que se faça em poucos dias e logo que possa haver alguns resultados que serão apresentados”, esclareceu o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.