Os chulos do 25 de Abril


Quando se pensa no 25 de Abril, independentemente do quadrante político em que estejamos inseridos, ninguém poderá dizer que a data não tem uma simbologia e importância própria e que não significa o momento a partir do qual se construiu um novo Portugal, o Portugal que hoje conhecemos.


Mas se pararmos e olharmos, o verdadeiro problema não está nem nunca esteve no 25 de Abril, pela simples razão de que se não tivesse existido, o curso da História e do mundo ter-nos-ia conduzido a um cenário político em tudo muito semelhante ao que hoje temos. O verdadeiro problema do 25 de Abril está na geração política que criou e que cobarde e diariamente enche com ele a boca para perniciosamente justificar todos os seus desvarios. E nesses desvarios, como sempre acontece, o Partido Socialista continua destacado na primeira posição do ranking de maus gestores e, em minha opinião, dos chupistas nacionais.

Senão vejamos:

No decorrer desta semana, por informações veiculadas por vários meios de comunicação social, tornou-se público que por aprovação, em 27 de maio, pelo Conselho de Ministros, teria sido criada uma estrutura para organizar a comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, festividade que acontecerá em 2024.

Só isto já seria discutível pela simples razão de que sendo o 25 de Abril a tão badalada data da democracia, festividades desta magnitude não devem ser discutidas apenas pelo Governo e muito menos dadas a conhecer aos restantes partidos pela imprensa.

Mas há pior. Da estrutura em causa, ao momento a que escrevo, ninguém conhece quais os critérios para a sua formação, constituição ou orçamentos gerais detalhados de despesas e custos associados. Aquilo que se sabe é que a nomeação da comissão executiva dos festejos foi feita sem concurso, transparência e escrutínio público.

Isso e mais três coisas muito curiosas:

A primeira, que o comissário executivo e o comissário executivo adjunto são equiparados, para efeitos de remuneração e de competência, a dirigentes de 1.º e 2.º grau, circunstância que ainda assim não os impedirá de acumular essas funções com outras atividades remuneradas.

A segunda, que se encontra também prevista, a criação de uma estrutura de apoio técnico que podendo ir até oito pessoas, as equipara, tanto quanto percetível, a membros de gabinete de membro do Governo. Assim uma coisa chique, com motorista e tudo.

A terceira, para mim a mais descarada no que a falta de vergonha respeita, é a nomeação de Pedro Adão e Silva para comissário executivo de todo este novelo de interesses. Para quem não sabe, Pedro Adão e Silva é um fervoroso socialista e comentador que nos tem a todos brindado nos últimos anos com profundas declarações de amor ao Partido Socialista e ao próprio primeiro-ministro.

Perguntam-me: Não pode? Pode. Cada um é livre de ser do partido que quer e elogiar quem bem lhe apetecer.

O que já não pode acontecer é isso transformar-se noutro “job for the boy”. Muito menos quando o “job” diz respeito ao 25 de Abril e que para se comemorar um dia de festa se criem ordenados que durarão vários anos, alguns superiores a quatro mil euros mensais.

Isto, meus amigos, só tem um nome: chulice!

Um país que não consegue cria emprego de qualidade, que não consegue apoiar as famílias e as empresas, que não tem dinheiro para a saúde, para os transportes, para a educação, para colocar o elevador social a funcionar, para garantir o futuro dos jovens e a segurança dos mais velhos, para fazer face às necessidades criadas pela pandemia mas tem dinheiro para tudo isto, é um país governado por chulos!

Razão tinha o general Ramalho Eanes, tristemente arrastado para este imbróglio, quando um dia disse que “a República de Abril ofereceu as liberdades mas esqueceu-se de criar cidadãos”.

 

Presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do Chega
Escreve à sexta-feira


Os chulos do 25 de Abril


Quando se pensa no 25 de Abril, independentemente do quadrante político em que estejamos inseridos, ninguém poderá dizer que a data não tem uma simbologia e importância própria e que não significa o momento a partir do qual se construiu um novo Portugal, o Portugal que hoje conhecemos.


Mas se pararmos e olharmos, o verdadeiro problema não está nem nunca esteve no 25 de Abril, pela simples razão de que se não tivesse existido, o curso da História e do mundo ter-nos-ia conduzido a um cenário político em tudo muito semelhante ao que hoje temos. O verdadeiro problema do 25 de Abril está na geração política que criou e que cobarde e diariamente enche com ele a boca para perniciosamente justificar todos os seus desvarios. E nesses desvarios, como sempre acontece, o Partido Socialista continua destacado na primeira posição do ranking de maus gestores e, em minha opinião, dos chupistas nacionais.

Senão vejamos:

No decorrer desta semana, por informações veiculadas por vários meios de comunicação social, tornou-se público que por aprovação, em 27 de maio, pelo Conselho de Ministros, teria sido criada uma estrutura para organizar a comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, festividade que acontecerá em 2024.

Só isto já seria discutível pela simples razão de que sendo o 25 de Abril a tão badalada data da democracia, festividades desta magnitude não devem ser discutidas apenas pelo Governo e muito menos dadas a conhecer aos restantes partidos pela imprensa.

Mas há pior. Da estrutura em causa, ao momento a que escrevo, ninguém conhece quais os critérios para a sua formação, constituição ou orçamentos gerais detalhados de despesas e custos associados. Aquilo que se sabe é que a nomeação da comissão executiva dos festejos foi feita sem concurso, transparência e escrutínio público.

Isso e mais três coisas muito curiosas:

A primeira, que o comissário executivo e o comissário executivo adjunto são equiparados, para efeitos de remuneração e de competência, a dirigentes de 1.º e 2.º grau, circunstância que ainda assim não os impedirá de acumular essas funções com outras atividades remuneradas.

A segunda, que se encontra também prevista, a criação de uma estrutura de apoio técnico que podendo ir até oito pessoas, as equipara, tanto quanto percetível, a membros de gabinete de membro do Governo. Assim uma coisa chique, com motorista e tudo.

A terceira, para mim a mais descarada no que a falta de vergonha respeita, é a nomeação de Pedro Adão e Silva para comissário executivo de todo este novelo de interesses. Para quem não sabe, Pedro Adão e Silva é um fervoroso socialista e comentador que nos tem a todos brindado nos últimos anos com profundas declarações de amor ao Partido Socialista e ao próprio primeiro-ministro.

Perguntam-me: Não pode? Pode. Cada um é livre de ser do partido que quer e elogiar quem bem lhe apetecer.

O que já não pode acontecer é isso transformar-se noutro “job for the boy”. Muito menos quando o “job” diz respeito ao 25 de Abril e que para se comemorar um dia de festa se criem ordenados que durarão vários anos, alguns superiores a quatro mil euros mensais.

Isto, meus amigos, só tem um nome: chulice!

Um país que não consegue cria emprego de qualidade, que não consegue apoiar as famílias e as empresas, que não tem dinheiro para a saúde, para os transportes, para a educação, para colocar o elevador social a funcionar, para garantir o futuro dos jovens e a segurança dos mais velhos, para fazer face às necessidades criadas pela pandemia mas tem dinheiro para tudo isto, é um país governado por chulos!

Razão tinha o general Ramalho Eanes, tristemente arrastado para este imbróglio, quando um dia disse que “a República de Abril ofereceu as liberdades mas esqueceu-se de criar cidadãos”.

 

Presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do Chega
Escreve à sexta-feira