O turismo britânico não é a solução


Após um período difícil no combate à pandemia no início do ano, assim que é levantado o Estado de Emergência grassa logo alguma confusão.


Como já aqui referi noutras ocasiões, o equilíbrio entre este desconfinamento progressivo e não haver aumento de contágios é extremamente difícil de executar. Verificou-se no ano passado e verifica-se agora, no entanto não poderei deixar de constatar a atitude pouco afirmativa em relação ao Reino Unido, por exemplo.

O filme parece tirado a papel químico do ano anterior. Percebe-se a importância e a urgência de um retomar da atividade turística para o país, mas desengane-se quem ache que este turismo de ocasião, vindo essencialmente das ilhas britânicas, será a panaceia para os problemas que os setores do turismo, restauração e hotelaria têm neste momento. Não haverá nenhum milagre turístico, nem mesmo com os “certificados verdes”. O turismo de massas só regressará (se é que acontecerá) a níveis de 2019 quando a pandemia estiver para trás das costas de todos e quando deixar de ser letal, como ainda é.

Obviamente que, para quem tem de pagar salários e contas todos os dias, esta resposta não é nem de longe, nem de perto, satisfatória, mas é a real e quanto mais depressa a interiorizarmos mais rápido tentaremos adaptarmo-nos a isso, com todos os impactos que daí advierem.

Portanto, está na hora de, em vez de nos lamentarmos com decisões do governo britânico relativamente à forma como decidem agir para debelar a pandemia, agirmos da maneira correta em relação aos turistas, venham eles de onde vierem. Não podemos facilitar e todos os que nos visitem terão de ter as mesmas regras que os portugueses. Se é proibido ajuntamentos é proibido para todos. Se é obrigatório testes, deverá ser para todos. Se houver restrições de deslocação, haverá para todos.

Os portugueses, que muitos sacrifícios têm feito durante esta pandemia, não aceitam tratamento de exceção a quem quer que seja. Somos um povo resiliente e que tem conseguido ultrapassar sempre as dificuldades, por isso não poderemos hipotecar esta nossa vontade inquebrantável a troco de uma meia dúzia de libras. Não pode estar tudo à venda.

Infelizmente o nosso país tem muitos problemas estruturais (a dependência excessiva do turismo para o nosso crescimento económico é um deles) que não terão resolução simples e nenhum turista os resolverá.


O turismo britânico não é a solução


Após um período difícil no combate à pandemia no início do ano, assim que é levantado o Estado de Emergência grassa logo alguma confusão.


Como já aqui referi noutras ocasiões, o equilíbrio entre este desconfinamento progressivo e não haver aumento de contágios é extremamente difícil de executar. Verificou-se no ano passado e verifica-se agora, no entanto não poderei deixar de constatar a atitude pouco afirmativa em relação ao Reino Unido, por exemplo.

O filme parece tirado a papel químico do ano anterior. Percebe-se a importância e a urgência de um retomar da atividade turística para o país, mas desengane-se quem ache que este turismo de ocasião, vindo essencialmente das ilhas britânicas, será a panaceia para os problemas que os setores do turismo, restauração e hotelaria têm neste momento. Não haverá nenhum milagre turístico, nem mesmo com os “certificados verdes”. O turismo de massas só regressará (se é que acontecerá) a níveis de 2019 quando a pandemia estiver para trás das costas de todos e quando deixar de ser letal, como ainda é.

Obviamente que, para quem tem de pagar salários e contas todos os dias, esta resposta não é nem de longe, nem de perto, satisfatória, mas é a real e quanto mais depressa a interiorizarmos mais rápido tentaremos adaptarmo-nos a isso, com todos os impactos que daí advierem.

Portanto, está na hora de, em vez de nos lamentarmos com decisões do governo britânico relativamente à forma como decidem agir para debelar a pandemia, agirmos da maneira correta em relação aos turistas, venham eles de onde vierem. Não podemos facilitar e todos os que nos visitem terão de ter as mesmas regras que os portugueses. Se é proibido ajuntamentos é proibido para todos. Se é obrigatório testes, deverá ser para todos. Se houver restrições de deslocação, haverá para todos.

Os portugueses, que muitos sacrifícios têm feito durante esta pandemia, não aceitam tratamento de exceção a quem quer que seja. Somos um povo resiliente e que tem conseguido ultrapassar sempre as dificuldades, por isso não poderemos hipotecar esta nossa vontade inquebrantável a troco de uma meia dúzia de libras. Não pode estar tudo à venda.

Infelizmente o nosso país tem muitos problemas estruturais (a dependência excessiva do turismo para o nosso crescimento económico é um deles) que não terão resolução simples e nenhum turista os resolverá.