Erguida em 1895, a estátua de bronze de Edward Colston, um comerciante de Bristol que fez fortuna com o tráfico de escravos africanos para a América, foi substituída, no dia 15 de julho de 2020, por uma escultura de um dos manifestantes que a derrubou e atirou para o Rio Avon, durante a segunda marcha realizada na cidade inglesa no âmbito dos protestos BlackLivesMatter (BLM).
Vários dias depois, as autoridades da cidade retiraram-na do rio e, já nessa altura, comunicaram que esta seria exibida num museu, junto aos cartazes de protesto do movimento Black Lives Matter.
O mayor, equivalente ao presidente da Câmara, Marvin Rees, já havia descrito a remoção da estátua como um «pedaço de poesia histórica», afirmando: «7 de junho de 2020 foi, sem dúvida, um dia significativo na história de Bristol e teve um impacto profundo não apenas na nossa cidade, mas também em todo o país e em todo o mundo». Em setembro do ano passado, Rees criou a Comissão de História We Are Bristol com o objetivo de perceber qual seria o futuro da estátua. O mayor acrescentou: «O futuro da estátua deve ser decidido pelo povo de Bristol e, portanto, peço a todos que aproveitem a oportunidade para partilharemas suas opiniões e ajudar a informar decisões futuras participando na pesquisa». As respostas serão arquivadas e disponibilizadas publicamente como um recurso para investigadores e escolas.
Após a sua recuperação, a equipa de conservação no M Shed limpou a estátua e estabilizou o grafity com tinta spray para evitar a descamação desta. Fran Coles, gerente de conservação e documentação do M Shed, esclareceu: «O objetivo do nosso trabalho de conservação foi estabilizar a estátua e evitar a sua deterioração, visto ter sido exposta a água e lodo». Agora, a estátua de Colston será a peça central de uma exposição temporária no museu M Shed, ao lado de uma seleção de cartazes do protesto BLM, aguardando a decisão sobre o seu futuro.