Javier Tebas acusa FIFA de estar por trás da Superliga

Javier Tebas acusa FIFA de estar por trás da Superliga


“A Superliga já acabou? Não!”, alertou.


Javier Tebas, presidente da La Liga, liga espanhola de futebol, acusou a FIFA de estar por trás do projeto da Superliga europeia.

"O que estou a dizer agora, que a FIFA estava por trás de tudo isto, não sou eu a dizê-lo, são os próprios clubes", acusou o presidente da La Liga, que discursou, esta quinta-feira, na abertura da Plataforma de Aconselhamento de Clubes (CAP) das Ligas Europeias, em Madrid, avisando ainda que, apesar da desistência de nove dos 12 clubes fundadores, a competição “não está morta”.

Tebas falou acerca das notas de imprensa da FIFA que, "antes do Congresso da UEFA", falavam de um "projeto de Superliga fora do sistema", o que "não significava que estivesse contra um projeto fechado, mas fora do sistema".

"Chamo a atenção para as palavras de Gianni Infantino. Ele responde que 'há muitos rumores, mas eu reúno-me com quem quero, para ouvir todas as opiniões e ideias novas'. Não negou que se reuniu com os clubes da Superliga porque não pode, há provas. Agora, o que faz é transformar isto num relato favorável, mas a lealdade dele tem de ser para com a UEFA e as competições nacionais", criticou.

"A Superliga já acabou? Não! Se entendermos a Superliga como um formato de 15 clubes mais cinco convidados, fechado, que substitui a Liga dos Campeões, esse formato está morto. Mas a Superliga não é um formato, é um conceito que começou há 20 anos com a criação do G14. É um sonho de presidentes de alguns clubes como o Real Madrid", alertou.

Tebas acusou, além da FIFA, os presidentes do Real Madrid, FC Barcelona e Juventus de quererem destruir o valor criado pelo futebol durante mais de 50 anos.

"Andamos há anos com esta história de mudar de formato. É a única coisa que sabem fazer estes 'brilhantes' gestores: destruir o valor criado durante muitos anos por todos nós para ficarem eles com esse valor. Depois dizem: 'senhores, esse valor que criaram durante 50 anos, pego nisto tudo, vou para as minhas mudanças de formato e distribuo tudo entre nós", exemplificou, agradecendo depois à Premier League e aos seus adeptos pela oposição que fizeram à competição, mas também à UEFA.

"O que se tentou fazer foi muito grave. Foi um golpe de Estado contra o futebol europeu, na cabeça da UEFA, contra as competições europeias, sem conhecer os estatutos, as normas, as regras. É muito grave o que se pretendeu", defendeu.