Quando alguém tem, e sente, um grande orgulho em ser português, é porque conhece a História do seu país, os feitos dos seus antepassados, a coragem e determinação do seu povo, a sua generosidade, o atrevimento das Descobertas, o ânimo na guerra e ainda, e sobre tudo, a sua fé, que lhe deu força para tudo o que fez e para tudo o que fará no futuro.
O autor de um dos maiores feitos, com uma enorme desproporção de soldados, entre os beligerantes portugueses e espanhóis, ouviu uma voz que lhe disse: ‘‘Confia Afonso que a vitória será tua”, e foi!
Só depois de se conhecer a nossa História e o nosso povo, se pode ter orgulho de ser português. E só por isso, na história recente, o povo foi para a guerra, em março de 1961, com total entrega e generosidade, porque amava o seu país.
Daqui que o ensino da História de Portugal, e não só, seja essencial e imprescindível na juventude.
Vem isto a propósito de duas medalhas de ouro, no atletismo profissional português, que foram conquistadas por pessoas oriundas de outros povos e de outros costumes, que alguns clubes desportivos, por razões óbvias, foram recrutar no estrangeiro e depois trataram de os naturalizar portugueses.
Duas das últimas recentes medalhas do atletismo são dessas. A questão que se coloca é saber se o povo português sente algum orgulho quando isso acontece, se vibra com essas vitórias, ou fica espantado quando vê indivíduos que até há pouco tempo tinham outras fidelidades a outros países, ouvirem o Hino Nacional, num pódio, de pernas afastadas. E aí somos sobressaltados com uma questão: quanto lhes pagaram para dizerem que são portugueses? Será só uma questão de dinheiro, ou será também uma questão de amor? Ou será um passaporte para a Europa, no futuro?
O Ministério da Educação, através da Secretaria de Estado do Desporto devia ter uma política, neste setor, estudada, auscultada por especialistas, coordenada com o MNE, e não só, pois é um campo suscetível de criar reações adversas, por parte do povo, já que alguns poderão identificá-los como portugueses, por oportunismo.
Há até casos especiais, em que as autoridades portuguesas estão muito atentas a certos casamentos de portuguesas com estrangeiros para obtenção da nacionalidade, em troca de dinheiro, ou seja, não há amor. Claro que o futebol profissional está cheio de naturalizados, mas este é só um negócio, é uma indústria, é um passatempo, e uma catarse e ao mesmo tempo serve para alienar o povo da política nacional.
E se exército português, por falta de candidatos, fosse ao estrangeiro contratar “comandos” e os incorporasse nas nossas fileiras, depois de naturalizados portugueses, para lutarem pela nossa bandeira, qual seria a reação do nosso povo e, sobre tudo, daqueles que por amor ao país, e não por dinheiro, lutaram com alma acreditando que estavam a defender, em África, Portugal e o seu património cultural, na qualidade de verdadeiros portugueses, para continuar Portugal?!
Este é um problema muito sério que deve ser encarado com seriedade pelo Governo, que deveria ter sido sensibilizado, para ele, pela Secretaria de Estado do Desporto.
Chamamos aqui à colação, com propriedade, palavras de Pinto da Costa do FC Porto, quando disse que o SED não existia, estava morto ou tinha emigrado…
Este a nosso ver, é um assunto que o MNE, devia também chamar a si já que tem sérias implicações e repercussões com o orgulho nacional e isso é uma coisa que não vem de fora, só pode vir de dentro de nós, que nascemos portugueses e queremos morrer portugueses.
P.S. – Será que estes “atletas” portugueses já leram a nossa Constituição?
Nos EUA, os americanos naturalizados são obrigados a lê-la e a jurá-la.
Sociólogo
Escreve quinzenalmente