Reestruturação do SEF “não deve ser” promulgada

Reestruturação do SEF “não deve ser” promulgada


Parecer de Jorge Miranda refere que reorganização do SEF seria “patentemente inconstitucional”


“Uma eventual reorganização pelo Governo [do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras], mesmo que fosse com autorização legislativa (art. 165º), seria patentemente inconstitucional”, pode ler-se num parecer a que o i teve acesso, elaborado pelo constitucionalista Jorge Miranda.

Este parecer foi pedido pelo Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF/SEF), com o objetivo de ser apresentado hoje, no congresso anual do sindicato, que terá lugar no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Contactado pelo i, o considerado “pai” da Constituição Portuguesa, referiu que se o Governo avançar com um decreto-lei para reestruturação do SEF, “não deve ser promulgado pelo Presidente da República”.

Para que esta mudança possa acontecer, Jorge Miranda afirma que o “Governo tem de entregar uma proposta-lei à Assembleia da República, para que esta possa ser discutida”. Repto também do CDS. Para hoje, o partido agendou a discussão em plenário de uma resolução que recomenda ao Governo que remeta ao Parlamento a proposta de diploma. Já na conferência promovida pelo sindicato vão discursar António Filipe, do PCP, Dalila Araújo, do PS, André Coelho Lima, do PSD, e Nuno Magalhães, do CDS.