No âmbito do processo de desconfinamento, estão a ser adotadas medidas que eliminam as restrições de mobilidade entre Portugal e países terceiros à União Europeia, como é o caso do Reino Unido, nomeadamente no que diz respeito a viagens não essenciais, isto é, as que dizem respeito ao segmento de turismo e lazer.
Nesse sentido, e também pela progressiva normalização dos fluxos de passageiros intra-União Europeia, é esperado um paulatino aumento do número de passageiros a desembarcar em território nacional, pelo que importa que os aeroportos estejam devidamente preparados para acolher os visitantes, em estrito respeito pelas condições de saúde pública e de conforto adequadas. Tal exige meios humanos e um plano operacional que atenda, entre outros, ao facto de ser necessário proceder à verificação dos comprovativos de testes COVID-19 negativos apresentados pelos passageiros, articulado entre todas as entidades públicas e privadas envolvidas. Recorde-se que, no verão passado, por exemplo, no Aeroporto de Faro registaram-se episódios que violaram as regras de saúde pública, bem como mancharam a imagem do país, tendo repercussão internacional e prestando um mau serviço à economia nacional. Há também notícia, no mês passado, no Aeroporto Humberto Delgado de longas filas que causaram constrangimentos aos passageiros, o que nos últimos anos se tornou um hábito.
Muitos agentes políticos e económicos têm consistentemente alertado para a necessidade de munir o controlo dos passageiros nos aeroportos nacionais dos meios humanos e expeditos mecanismos de controlo, de modo a poupar os visitantes a episódios pouco condignos que se refletem negativamente na imagem do país, os quais, sem as regras atualmente vigentes e com um processo menos burocrático, já se verificavam antes do eclodir da pandemia.
O aumento do tráfego aéreo que estamos prestes a iniciar exige uma preparação atempada do dispositivo de controlo de modo a acompanhar o aumento de fluxo de passageiros, pelo que são preocupantes as informações de que há receios fundados que o dispositivo não esteja preparado.
A situação de incerteza e as regras vigentes entre países, conduzem a fenómenos de viagens de última hora, aumento da capacidade das aeronaves e frequência dos voos. Disso é exemplo, um grande operador turístico internacional, a TUI, que para o Aeroporto de Faro nas últimas semanas intensificou o número de voos e reviu a dimensão das aeronaves.
É preciso ter um plano e cumpri-lo. Preparar agora antes que seja tarde de mais.
Deputado