‘Raspadinha’ do Património já está disponível

‘Raspadinha’ do Património já está disponível


A ‘raspadinha’ do Património Cultural chega esta terça-feira, custa um euro e terá um prémio máximo de 10 mil euros. Ideia está longe de ser consensual.


Esta terça-feira, Dia Internacional dos Museus, marca também a chegada da lotaria instantânea do Património, que chega um ano depois do previsto e tem como principal objetivo angariar verbas para o Fundo de Salvaguarda do Património Cultural.

Esta nova raspadinha, que estará à venda em toda a rede de mediadores dos Jogos Santa Casa no país, terá um custo de um euro e um prémio máximo de 10 mil euros, segundo anunciou o Ministério da Cultura. Foi anunciada o ano passado e fazia parte do Orçamento do Estado para este ano. Objetivo? Ajudar a responder a “necessidades de intervenção de salvaguarda e investimento” em património classificado ou em vias de classificação.

E quanto é que vai render esta nova raspadinha? A receita inscrita pelo Executivo e António Costa é de cinco milhões de euros.

Por cá, é a primeira vez que o Governo aposta numa iniciativa deste género – apesar de a ideia não ser inédita – mas está longe de gerar consenso. Uma das vozes mais críticas tem sido a de Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social (CES) que vai até promover um estudo sobre o impacto social do vício da raspadinha.

“O Governo deveria reponderar o lançamento de uma nova lotaria instantânea, que está prevista no Orçamento do Estado. (…) Se eu tivesse responsabilidades governativas esperaria, no mínimo, pelo estudo que o CES vai promover”, alertou, em março deste ano.

Resolver um problema criando outro foi a forma como vários profissionais de saúde se referiram, ao i, à forma encontrada pelo Governo para financiar o património cultural, pois a proposta de criar uma nova Raspadinha deverá contribuir para mais “agarrados” ao jogo.

Um dos exemplos é do psicólogo Pedro Hubert, que trabalha como técnico de aconselhamento em adições no Instituto de Apoio ao Jogo (IAJ) e afirma que “poderia haver outras formas de arrecadar dinheiro sem ser através de um comportamento que pode vir a ser de risco”.