Porquê e para quê a democracia?


Governar é prever, é preparar o futuro, e é isso que não vemos, nem sentimos, que esteja a ser feito. Amanhã… já poderá ser tarde demais. Quem disse que a democracia era importante e para quem?


Se ela é importante deve ser para aqueles que não sendo democratas, aproveitam a tolerância daqueles que o são, e servem-se deles, para conseguirem concretizar alguns dos seus objetivos.

A democracia só pode existir entre iguais, ou seja, pessoas que tenham, culturalmente, a mesma Educação e os mesmos princípios, caso contrário não é viável tal sistema e por isso só é adotado nos países mais socializados do primeiro mundo, sem esquecer que a classificação hodierna já contempla, Segundo, Terceiro, Quarto e Quinto Mundos. Georges Balandier foi o autor da expressão, terceiro mundo. Quer isto dizer que não é um modelo apreciado em países, pouco desenvolvidos, com muita população, com pouco desenvolvimento humano, e com grande extensão territorial.

De certo modo estas características determinam o tipo de regime político mais adequado às circunstâncias. É quase um determinismo geopolítico. Tal significa que o sistema democrático, da Europa Ocidental, não é viável em qualquer lugar, já que há várias características, em certas “geografias”, que o desaconselham.

A questão que hoje se coloca, quando se fala num mundo global é saber se a União Europeia estará condenada a viver “orgulhosamente só, isolada do resto do mundo, não democrático, embora tenha de conviver com ele.

Por um lado os países do Ocidente democrático terão que conviver com países totalitários que, quiçá, têm a tentação, íntima, de um dia os absorver e submeter, o que os obriga a pagar à NATO, entre 1,5% a 3% do seu PIB, como garantia da sua independência e preservação do seu estilo de vida.

É esta a questão mais séria que o Brexit, na Grã-Bretanha, levanta já que há cerca de 300 milhões de cidadãos europeus que podem ficar desprotegidos com o que se poderá seguir após a Grã-Bretanha ter abandonado a União Europeia.

A Geopolítica e a Sociologia Política são fundamentais para este entendimento e por isso não compreendemos como não se está já a “preparar o futuro” (Louis Armand) já que, pensamos, que a maioria dos portugueses não quer voltar à situação de 1580, que levou Camões a dizer que morria com a Pátria.

A juventude não está a ser sensibilizada para o valor e a prática da cidadania, para o cumprimento, voluntário, das suas obrigações sociais, políticas e económicas, nem sequer para o desempenho do seu papel, na sociedade o que os torna em cidadãos alienados, segundo Eva Maria Lakatos.

Governar é prever, é preparar o futuro, e é isso que não vemos, nem sentimos, que esteja a ser feito. Amanhã… já poderá ser tarde demais.

 

Sociólogo
Escreve quinzenalmente


Porquê e para quê a democracia?


Governar é prever, é preparar o futuro, e é isso que não vemos, nem sentimos, que esteja a ser feito. Amanhã... já poderá ser tarde demais. Quem disse que a democracia era importante e para quem?


Se ela é importante deve ser para aqueles que não sendo democratas, aproveitam a tolerância daqueles que o são, e servem-se deles, para conseguirem concretizar alguns dos seus objetivos.

A democracia só pode existir entre iguais, ou seja, pessoas que tenham, culturalmente, a mesma Educação e os mesmos princípios, caso contrário não é viável tal sistema e por isso só é adotado nos países mais socializados do primeiro mundo, sem esquecer que a classificação hodierna já contempla, Segundo, Terceiro, Quarto e Quinto Mundos. Georges Balandier foi o autor da expressão, terceiro mundo. Quer isto dizer que não é um modelo apreciado em países, pouco desenvolvidos, com muita população, com pouco desenvolvimento humano, e com grande extensão territorial.

De certo modo estas características determinam o tipo de regime político mais adequado às circunstâncias. É quase um determinismo geopolítico. Tal significa que o sistema democrático, da Europa Ocidental, não é viável em qualquer lugar, já que há várias características, em certas “geografias”, que o desaconselham.

A questão que hoje se coloca, quando se fala num mundo global é saber se a União Europeia estará condenada a viver “orgulhosamente só, isolada do resto do mundo, não democrático, embora tenha de conviver com ele.

Por um lado os países do Ocidente democrático terão que conviver com países totalitários que, quiçá, têm a tentação, íntima, de um dia os absorver e submeter, o que os obriga a pagar à NATO, entre 1,5% a 3% do seu PIB, como garantia da sua independência e preservação do seu estilo de vida.

É esta a questão mais séria que o Brexit, na Grã-Bretanha, levanta já que há cerca de 300 milhões de cidadãos europeus que podem ficar desprotegidos com o que se poderá seguir após a Grã-Bretanha ter abandonado a União Europeia.

A Geopolítica e a Sociologia Política são fundamentais para este entendimento e por isso não compreendemos como não se está já a “preparar o futuro” (Louis Armand) já que, pensamos, que a maioria dos portugueses não quer voltar à situação de 1580, que levou Camões a dizer que morria com a Pátria.

A juventude não está a ser sensibilizada para o valor e a prática da cidadania, para o cumprimento, voluntário, das suas obrigações sociais, políticas e económicas, nem sequer para o desempenho do seu papel, na sociedade o que os torna em cidadãos alienados, segundo Eva Maria Lakatos.

Governar é prever, é preparar o futuro, e é isso que não vemos, nem sentimos, que esteja a ser feito. Amanhã… já poderá ser tarde demais.

 

Sociólogo
Escreve quinzenalmente