Os empresários do setor dos eventos (80%) revelam que os problemas criados pela pandemia de covid-19 continuam a estender-se este ano: 75% dos profissionais revelam que os trabalhos agendados para 2021 estão a ser cancelados ou adiados para a primavera e verão do próximo ano.
Os dados fazem parte de um inquérito da Fixando que apurou ainda que num mês em que se começam a realizar batizados e casamentos, “o feedback é assustador mesmo com o fim do estado de emergência e o desconfinamento gradual que se assiste no país”.
Em termos de quebras mensais, 80% dos profissionais revelam registar quebras acima dos 75% desde março de 2020, período a partir do qual só 54% conseguiu ajuda financeira para superar as perdas.
No que diz respeito à procura de serviços, a maioria dos profissionais (71%) dizem estar a assistir a “quebras dramáticas com valores que, por serem tão baixos, não podem ser comparados aos níveis de pré-pandemia”, avança a Fixando em comunicado.
A redução do orçamento disponível por parte dos clientes é também uma realidade: 87% dos profissionais assinala esta nova conjuntura como problemática para a recuperação económica.
E os clientes? Uma vez que ainda existem algumas restrições no país, apenas 19% dos inquiridos pensa em organizar um evento este ano. O mais comum é a festa de aniversário (33%), seguindo-se o casamento (22%), o batizado e as festas empresariais, ambos com 17%. Destaca-se ainda o catering (35%), o fotógrafo (24%), o local para o evento (18%) e a animação (18%), como os serviços mais procurados.
O inquérito permitiu ainda perceber que, no ano passado, os inquiridos já tinham investido uma média 910 euros em eventos que acabaram cancelados e/ou adiados e apenas 45% foram remarcados, e apenas 20% acabou por se realizar no verão de 2020.
Para este ano, 76% dos clientes de eventos não tenciona ir a qualquer evento, seguindo-se 15% com planos para ir a um casamento, 7% a festas de aniversário e 4% a batizados.
O formato preferencial para a realização de eventos em 2021 é o evento em espaço exterior (46%), seguindo-se os eventos em espaços interiores (38%) e os eventos em casa (23%).
Já o valor médio que inquiridos planeiam gastar em eventos em 2021 situa-se na ordem dos 1509 euros.
“O setor dos eventos foi aquele que registou uma quebra mais acentuada em 2020, comparativamente à realidade pré-pandemia, atingindo, em alguns meses, quebras acima dos 85% e sem qualquer indício de recuperação. As restrições aliadas à sensação de insegurança e instabilidade sentida pelos portugueses podem ter resultado em perdas na ordem dos 900 milhões de euros para o setor”, diz Alice Nunes, diretora de Novos Negócios da plataforma Fixando.
A responsável acrescenta que “em 2021, apesar de um primeiro trimestre com crescimento negativo, agravado pelo confinamento, o setor começa a encontrar alguma esperança nesta última fase do desconfinamento, registando um crescimento nos primeiros 10 dias de maio, comparativamente ao mesmo período em abril, na ordem dos 106%”.