A geração mais instruída de sempre


O que vejo à minha volta são crianças sem interesse pelos estudos, pela leitura ou pelo conhecimento em geral. Que até aos dez anos ficam vidradas na televisão e a partir dos dez anos agarram no telemóvel para não mais o largarem.


Joe Biden anunciou que vai investir perto de dois mil milhões de dólares na educação, “para abrir caminho para a geração mais instruída da história dos Estados Unidos”. É sem dúvida uma missão nobre, um desígnio à altura do país mais próspero e mais desenvolvido do planeta. A questão, julgo, é se a geração em causa justifica essa aposta e que retorno poderá ter o gigantesco investimento.

É evidente que as crianças de hoje estão muito mais informadas do que as de antigamente. Um conhecido ministro dizia até, em tempos não muito longínquos, que um miúdo de dez anos sabia mais do que Sócrates (o filósofo grego, para que não haja confusões)! Mas saberá mesmo?

O que vejo à minha volta são crianças sem interesse pelos estudos, pela leitura ou pelo conhecimento em geral. Que até aos dez anos ficam vidradas na televisão e a partir dos dez anos agarram no telemóvel para não mais o largarem.
Antigamente, na sua ingenuidade, os miúdos queriam ser bombeiros, polícias. Mais tarde, queriam ser astronautas ou estrelas de rock. Depois veio a moda dos jogadores de futebol.

Se eu achava que isso já era mau – não que a profissão de futebolista me seja menos merecedora de respeito, mas porque o que fascina os mais novos é a promessa de riqueza, os carros espampanantes e os penteados estrambólicos… – hoje talvez seja ainda pior: o sonho de qualquer miúdo é ser youtuber. Porquê? Porque acha que é fácil, que não dá trabalho nenhum e que se fica rico e famoso do dia para a noite. Esclarecedor.

Uma geração cujo objetivo de vida é enriquecer sem fazer nenhum, viciada em smartphones e jogos eletrónicos, não promete grandes feitos. E quem sabe que resultado darão os milhões de Biden… Mas posso estar enganado – espero que sim.

“As crianças de hoje adoram o luxo; têm maus modos, desprezam a autoridade; não respeitam os mais velhos e adoram tagarelar em vez de fazerem exercício. As crianças são os tiranos e não ajudam nos seus lares. Nem se levantam quando chega um idoso”. Estas palavras pessimistas, mais coisa menos coisa, terão sido escritas por um famoso filósofo grego há cerca de 2500 anos. Depois disso, grandes personalidades continuaram a nascer, crescer e morrer. Vendo bem, talvez ainda haja esperança para a humanidade. 

A geração mais instruída de sempre


O que vejo à minha volta são crianças sem interesse pelos estudos, pela leitura ou pelo conhecimento em geral. Que até aos dez anos ficam vidradas na televisão e a partir dos dez anos agarram no telemóvel para não mais o largarem.


Joe Biden anunciou que vai investir perto de dois mil milhões de dólares na educação, “para abrir caminho para a geração mais instruída da história dos Estados Unidos”. É sem dúvida uma missão nobre, um desígnio à altura do país mais próspero e mais desenvolvido do planeta. A questão, julgo, é se a geração em causa justifica essa aposta e que retorno poderá ter o gigantesco investimento.

É evidente que as crianças de hoje estão muito mais informadas do que as de antigamente. Um conhecido ministro dizia até, em tempos não muito longínquos, que um miúdo de dez anos sabia mais do que Sócrates (o filósofo grego, para que não haja confusões)! Mas saberá mesmo?

O que vejo à minha volta são crianças sem interesse pelos estudos, pela leitura ou pelo conhecimento em geral. Que até aos dez anos ficam vidradas na televisão e a partir dos dez anos agarram no telemóvel para não mais o largarem.
Antigamente, na sua ingenuidade, os miúdos queriam ser bombeiros, polícias. Mais tarde, queriam ser astronautas ou estrelas de rock. Depois veio a moda dos jogadores de futebol.

Se eu achava que isso já era mau – não que a profissão de futebolista me seja menos merecedora de respeito, mas porque o que fascina os mais novos é a promessa de riqueza, os carros espampanantes e os penteados estrambólicos… – hoje talvez seja ainda pior: o sonho de qualquer miúdo é ser youtuber. Porquê? Porque acha que é fácil, que não dá trabalho nenhum e que se fica rico e famoso do dia para a noite. Esclarecedor.

Uma geração cujo objetivo de vida é enriquecer sem fazer nenhum, viciada em smartphones e jogos eletrónicos, não promete grandes feitos. E quem sabe que resultado darão os milhões de Biden… Mas posso estar enganado – espero que sim.

“As crianças de hoje adoram o luxo; têm maus modos, desprezam a autoridade; não respeitam os mais velhos e adoram tagarelar em vez de fazerem exercício. As crianças são os tiranos e não ajudam nos seus lares. Nem se levantam quando chega um idoso”. Estas palavras pessimistas, mais coisa menos coisa, terão sido escritas por um famoso filósofo grego há cerca de 2500 anos. Depois disso, grandes personalidades continuaram a nascer, crescer e morrer. Vendo bem, talvez ainda haja esperança para a humanidade.