PR avisa que não hesitará em avançar com novo estado de emergência

PR avisa que não hesitará em avançar com novo estado de emergência


Marcelo declarou fim do estado de emergência com elogios à resistência dos portugueses. Presidente alertou que é preciso “impedir recuos”.


O Presidente da República declarou o fim do estado de emergência. Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação ao país, justificou a decisão com a redução do número de mortes e infetados, mas alertou que se for necessário voltaremos a aplicar medidas mais duras para controlar a pandemia.

“Temos de manter todas as medidas indispensáveis para impedir recuos, retrocessos ou regressos a um passado que não desejamos. Se necessário for, não hesitarei em avançar com um novo estado de emergência”, disse o chefe de Estado, numa curta declaração ao país, às 20 horas.

Marcelo agradeceu aos portugueses a “corajosa” e “disciplinada resistência” e alertou que os “tempos próximos serão ainda exigentes”, nomeadamente devido ao risco de “novas variantes” menos controláveis.

“Tudo isto justifica uma preocupação preventiva de todos nós. Cada passo é um passo baseado na confiança coletiva e temos de poder contar com cada um de nós”, acrescentou o Presidente da República, agradecendo aos epidemiologistas que “juntaram a sua dedicação a todo o incansável pessoal de saúde, os mais heróis dos heróis desta pandemia”.

consenso entre partidos Os partidos estão de acordo com a decisão de não renovar o estado de emergência. O socialista José Luís Carneiro afirmou que “não é estritamente necessário”, porque vamos entrar numa nova fase em que será suficiente a Lei de Bases da Proteção Civil e da Saúde Pública. 

O PSD, pela voz de Ricardo Batista Leite, também considerou que “há margem para utilizarmos outros instrumentos”. O deputado do PSD lembrou que a atual situação exige “conter riscos a nível local e regional”, mas “aí a Lei da Proteção Civil tem conseguido dar algumas respostas”. 

O CDS apelou ao Governo para reforçar “a testagem entre os 10 e os 19 anos de idade, faixa etária onde a doença progrediu 60%”. Já o PAN apelou a que o Governo “continue a fazer a vigilância epidemiológica de forma robusta e eficaz”.

 À esquerda, os bloquistas, que alinharam com a ideia de que não faz sentido manter o estado de emergência, defenderam a necessidade de avançar com com “um plano de recuperação para toda a atividade que ficou suspensa no SNS e que é muito urgente recuperar”. 

O PCP entende que “não há nenhuma justificação para continuar com medidas restritivas que impedem o normal funcionamento da vida social, económica, cultural e desportiva”.

Jorge Pires, dirigente comunista, defendeu que “é absolutamente essencial que sejam postas em prática as medidas aprovadas e inscritas no Orçamento do Estado particularmente as dirigidas a setores mais fustigados” pela pandemia.

 

Um dia feliz

A decisão de que o estado de emergência não seria renovado foi antecipada pela Iniciativa Liberal. João Cotrim Figueiredo disse, após a reunião com o Presidente da República, que este é “um dia feliz porque vamos deixar de estar em estado de emergência”.

O líder dos liberais defendeu que “temos de continuar a ter a responsabilidade que a situação impõe, mas será uma responsabilidade que cada um assumirá individualmente”.

André Ventura também aplaudiu esta decisão.”Finalmente teremos um país a desconfinar”. O líder do Chega aproveitou para defender um “suplemento de apoio extraordinário à retoma das atividades mais fustigadas” pela pandemia.