O 25 de Abril tem dono?


A Associação 25 de Abril, promotora do desfile na avenida da Liberdade, ponto alto da comemoração, excluiu dos convites o partido Iniciativa Liberal, representado por um deputado na Assembleia da República.


“A Junta de Salvação Nacional assume o compromisso de permitir a plena expressão de todas as correntes de opinião, em ordem a assegurar a constituição de associações cívicas que hão-de polarizar tendências e facilitar a livre eleição, por sufrágio direto, de uma Assembleia Constituinte …..”
Primeiro comunicado da Junta de Salvação Nacional, 25-4-1974

Passaram 47 anos sobre esta declaração, na sequência do golpe de Estado que gerou uma revolução democrática e que conduziu Portugal aos dias de hoje.

Portugal é hoje um país muito diferente de há 47 anos.

O país mudou, na sua generalidade, para melhor.

Este foi o processo de intenções inicial que, como sabemos, concitou lutas políticas entre forças políticas que interpretaram esta intenção de forma antagónica.

A luta política foi intensa, sobretudo nos anos de 1974 e 1975 – o famoso PREC – e a vitória pertenceu aos que não quiseram fazer “letra morta” da declaração inicial da Junta de Salvação Nacional. Isto é, não aprisionar o 25 de Abril a uma determinada corrente ideológica.

Não ignoramos certamente que a revolução democrática que sucede ao golpe militar de 25 de Abril se impôs a qualquer tendência totalitária, de direita – o passado da ditadura salazarista/marcelista – ou de esquerda – os prometidos “amanhãs que cantam”. 

Aqui chegados, o que vivemos hoje, em vésperas de mais uma justa comemoração do 25 de Abril?

A “Associação 25 de Abril”, promotora do desfile na avenida da Liberdade, ponto alto da comemoração, excluiu dos convites o partido Iniciativa Liberal, representado por um deputado na Assembleia da República. 

O argumento que levou a esta discriminação foi adiantado por Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril: “Os dois partidos que não estão na comissão promotora e manifestaram vontade de participa são a Iniciativa Liberal e o Volt. A decisão de impedir a participação destes partidos foi da comissão promotora”.

Aqui está uma leitura muito enviesada do espírito que conduziu ao 25 de Abril que permitiu que se implantasse a democracia em Portugal. 

Mas, apesar de tudo, há boas notícias.

O partido Livre cedeu quatro lugares da sua comitiva no desfile que assinala o 25 de Abril de 1974 à Iniciativa Liberal e ao Volt Portugal. 

“Venham desfilar connosco”, convidou o Livre, numa manifestação de verdadeiro espírito democrático que se saúda. 
Numa era de extremos e de tentações totalitárias de várias tendências, a atitude do Livre merece ser destacada, porque encarna o verdadeiro espírito de Abril que Sophia de Mello Breyner imortalizou:

“Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.”

Jornalista


O 25 de Abril tem dono?


A Associação 25 de Abril, promotora do desfile na avenida da Liberdade, ponto alto da comemoração, excluiu dos convites o partido Iniciativa Liberal, representado por um deputado na Assembleia da República.


“A Junta de Salvação Nacional assume o compromisso de permitir a plena expressão de todas as correntes de opinião, em ordem a assegurar a constituição de associações cívicas que hão-de polarizar tendências e facilitar a livre eleição, por sufrágio direto, de uma Assembleia Constituinte …..”
Primeiro comunicado da Junta de Salvação Nacional, 25-4-1974

Passaram 47 anos sobre esta declaração, na sequência do golpe de Estado que gerou uma revolução democrática e que conduziu Portugal aos dias de hoje.

Portugal é hoje um país muito diferente de há 47 anos.

O país mudou, na sua generalidade, para melhor.

Este foi o processo de intenções inicial que, como sabemos, concitou lutas políticas entre forças políticas que interpretaram esta intenção de forma antagónica.

A luta política foi intensa, sobretudo nos anos de 1974 e 1975 – o famoso PREC – e a vitória pertenceu aos que não quiseram fazer “letra morta” da declaração inicial da Junta de Salvação Nacional. Isto é, não aprisionar o 25 de Abril a uma determinada corrente ideológica.

Não ignoramos certamente que a revolução democrática que sucede ao golpe militar de 25 de Abril se impôs a qualquer tendência totalitária, de direita – o passado da ditadura salazarista/marcelista – ou de esquerda – os prometidos “amanhãs que cantam”. 

Aqui chegados, o que vivemos hoje, em vésperas de mais uma justa comemoração do 25 de Abril?

A “Associação 25 de Abril”, promotora do desfile na avenida da Liberdade, ponto alto da comemoração, excluiu dos convites o partido Iniciativa Liberal, representado por um deputado na Assembleia da República. 

O argumento que levou a esta discriminação foi adiantado por Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril: “Os dois partidos que não estão na comissão promotora e manifestaram vontade de participa são a Iniciativa Liberal e o Volt. A decisão de impedir a participação destes partidos foi da comissão promotora”.

Aqui está uma leitura muito enviesada do espírito que conduziu ao 25 de Abril que permitiu que se implantasse a democracia em Portugal. 

Mas, apesar de tudo, há boas notícias.

O partido Livre cedeu quatro lugares da sua comitiva no desfile que assinala o 25 de Abril de 1974 à Iniciativa Liberal e ao Volt Portugal. 

“Venham desfilar connosco”, convidou o Livre, numa manifestação de verdadeiro espírito democrático que se saúda. 
Numa era de extremos e de tentações totalitárias de várias tendências, a atitude do Livre merece ser destacada, porque encarna o verdadeiro espírito de Abril que Sophia de Mello Breyner imortalizou:

“Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.”

Jornalista