O PSD acusa a ministra da Cultura de discriminar a tauromaquia e o circo no plano de reabertura das atividades culturais. Os sociais-democratas consideram “inaceitável e lamentável que o Governo, mais uma vez, proceda desta forma discriminatória” e acusam Graça Fonseca de ceder a pressões de “grupos radicais”.
Numa pergunta enviada à ministra da Cultura, os deputados do PSD acusam o Governo de discriminar “o setor tauromáquico assim como as artes circenses, no processo de desconfinamento, ao não permitir que estes setores possam retomar as suas atividades quando, a 19 de Abril, Portugal vê os seus cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculos voltarem a abrir as suas portas”.
O PSD lamenta que a ministra esteja “a impor o seu gosto pessoal ou a arrogância” e a ceder “à pressão de grupos radicais minoritários” na sociedade portuguesa. “Que critério, regra ou procedimento, a tauromaquia não está a adotar, impedindo-a de realizar espetáculos na Praça de touros do Campo Pequeno, onde é permitida a existência de outros espetáculos culturais? Qual a previsão de data para a retoma das atividades circenses e tauromáquicas?”, questionam os deputados do PSD.
Discriminação O requerimento do PSD surge depois dos protestos do setor tauromáquico com a decisão do Governo de impedir o regresso das touradas.
A Protoiro já se manifestou contra o que classifica como “uma discriminação inaceitável e arbitrária em relação às outras áreas culturais” e convocou para esta quinta-feira um protesto em frente ao Campo Pequeno, às 11 horas.
A Federação Portuguesa de tauromaquia considera que “este é mais um dos reiterados atos discriminatórios do Governo para com os aficionados e o setor da tauromaquia, impedindo o trabalho e sustento de muitos milhares de pessoas que dependem deste setor, que já se encontram em situações muito difíceis”.
A Federação Portuguesa de Tauromaquia lembra ainda que todas as regras foram cumpridas pelo setor há um ano e não se registou “nenhum foco de contágio” em corridas de toiros. “Não podemos aceitar que os profissionais do setor e os 3 milhões de portugueses que se afirmam aficionados sejam tratados como cidadãos de segunda”, dizem os representantes da tauromaquia.
Pressão de grupos radicais O CDS acusou também o Governo de discriminar o setor tauromáquico. Os centristas exigem “respeito pela tauromaquia e pelos artistas que dela dependem para ganhar a vida”.
O partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos, em comunicado, no domingo, recusa-se “a pactuar com políticas discriminatórias que atacam uma tradição portuguesa enraizada na nossa cultura há centenas de anos”.
Para o CDS, o setor tauromáquico “é mais uma vez atacado gratuitamente por um ministério condicionado a gostos pessoais de uma ministra [e à pressão de grupos radicais minoritários na sociedade portuguesa”.