Avante! “já está em preparação”. PCP destaca “organização exemplar” do ano passado

Avante! “já está em preparação”. PCP destaca “organização exemplar” do ano passado


PCP ignora polémica gerada pelo evento no ano passado e diz mesmo que a festa “abriu ca­minho a ou­tras re­a­li­za­ções, que pau­la­ti­na­mente foram tendo lugar”.


A cinco meses da realização, a Festa do Avante! já está “em preparação”.

O PCP parece descartar a controvérsia gerada no ano passado com o evento, que recebe milhares de pessoas, e considera que foi precisamente a “organização reconhecidamente exemplar da edição do ano passado” que permite encarar com “confiança” a próxima edição, marcada para os dias 2,4 e 5 de setembro.

A edição desta quinta-feira do Avante!, órgão oficial de informação do PCP, destaca que o evento irá decorrer “num re­cinto de 30 hec­tares to­tal­mente ao ar livre, serão cum­pridas todas as normas e re­co­men­da­ções de modo a ga­rantir a se­gu­rança sa­ni­tária” e já estão a decorrer, por esta altura, “os ha­bi­tuais tra­ba­lhos de ma­nu­tenção do ter­reno e dos equi­pa­mentos”.

O programa ainda está em construção, mas o PCP destaca que “o que já se co­nhece per­mite an­tever uma grande edição”, sobretudo porque o evento marca a rentré do partido, depois do verão, e este ano será também dedicada a celebrar o centenário do PCP. Sabe-se, contudo, que, tal como no ano passado, a festa “pri­vi­le­giará os es­petá­culos de ar­tistas por­tu­gueses, os es­tran­geiros ra­di­cados em Por­tugal e os ori­gi­ná­rios dos países afri­canos de língua por­tu­guesa”, uma vez que “não é possível” para o partido manter-se indiferente às dificuldades que “os ar­tistas, téc­nicos, pro­gra­ma­dores, agentes e todos, mas mesmo todos os que con­tri­buem para que um espetáculo se re­a­lize, estão a passar”.

Mas o partido liderado por Jerónimo de Sousa aproveitou ainda o evento do ano passado para puxar pela capacidade de organização dos comunistas.

“Em 2020, a re­a­li­zação da Festa do Avante! foi es­sen­cial para der­rubar muitos dos mitos que foram sendo cons­truídos a pro­pó­sito (e a pre­texto) da epi­demia. Na­queles três dias, mos­trou-se que o de­sa­lento não é ine­vi­tável e que mesmo numa si­tu­ação sa­ni­tária di­fícil, como aquela que o país atra­ves­sava e atra­vessa, é sempre pos­sível a ale­gria. Com­provou-se que o exer­cício de di­reitos po­lí­ticos e a fruição da cul­tura não só não ame­açam a saúde como, in­ver­sa­mente, cons­ti­tuem ele­mentos es­sen­ciais de uma vida plena. Deixou-se ainda claro que, com or­ga­ni­zação, cri­a­ti­vi­dade e de­ter­mi­nação, não há obs­tá­culos in­trans­po­ní­veis”, lê-se.

O PCP defende ainda que o evento “abriu ca­minho a ou­tras re­a­li­za­ções, que pau­la­ti­na­mente foram tendo lugar. Cons­ti­tuiu, pelo exemplo prá­tico, uma mag­ní­fica res­posta à si­tu­ação do país, mos­trando ser pos­sível e ne­ces­sário que a vida re­tome o seu ca­minho”.

Recorde-se que, no ano passado, a Festa do Avante! esteve envolvida em polémica até ao último minuto. A menos de um mês do evento, o PCP anunciou um corte na lotação para um terço, mas a Direção-Geral da Saúde (DGS) viria a reduzir a lotação máxima para pouco mais de16 mil pessoas.