Deputada Cristina Rodrigues quer proibir “terapias de reorientação sexual”

Deputada Cristina Rodrigues quer proibir “terapias de reorientação sexual”


Deputada defende que “está na altura de Portugal dar mais um passo no reforço dos direitos das pessoas LGBTI+ com a aprovação de legislação que proíba a utilização de ‘terapias de conversão'”.


A deputada não inscrita Cristina Rodrigues entregou, esta segunda-feira, um projeto de lei na Assembleia da República, para proibir "terapias de reorientação sexual" destinadas à comunidade LGBTI+ [ Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero], prevendo pena de prisão de até três anos ou multa para quem promover estas práticas.

O documento prevê que passe a ser "proibido praticar ou recomendar tratamentos ou terapias que atentem contra a orientação sexual, o direito à identidade de género e expressão de género e o direito à proteção das características sexuais".

Através de uma alteração ao Código Penal, a deputada propõe que "quem praticar ou promover, nomeadamente através da organização de evento, divulgação, fornecimento de instalações, prestação de auxílio material ou qualquer outra atividade dirigida à sua realização, tratamento que vise alterar a orientação sexual da pessoa ou a sua identidade de género", seja "punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa".

O documento propõe o agravamento da pena no caso de o crime ser praticado "conjuntamente” por duas ou mais pessoas, se a vítima for menor de idade ou se estiver em causa a ofensa à integridade física grave ou morte da vítima.

Cristina Rodrigues cita um relatório das Nações Unidas do ano passado e indica que "'terapias de conversão' ou 'terapias de reorientação sexual'" são "intervenções de natureza ampla, que têm em comum a crença de que a orientação sexual ou identidade de género de uma pessoa pode e deve ser alterada" e visam "a mudança de pessoas de gays, lésbicas ou bissexuais para heterossexuais e de transexual para cisgénero".

Práticas que acontecem em Portugal e "numa infinidade de países" e que "atentam contra a liberdade sexual, a integridade física e psicológica e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa, o que constitui uma clara violação da Constituição da República Portuguesa".

A deputada sublinha ainda que "vários países do mundo já fizeram, ou estão a fazer, este debate e aprovaram legislação" com vista à sua proibição, nomeadamente a Nova Zelândia.