VAR. Portugal é a mais recente vítima da falta da tecnologia na qualificação para o Mundial

VAR. Portugal é a mais recente vítima da falta da tecnologia na qualificação para o Mundial


O golo da vitória da seleção nacional frente à Sérvia, na qualificação do Mundial 2022, não foi validado, e não havia tecnologia para garantir.


Viveu-se, na noite de sábado, um momento histórico no futebol mundial. Portugal empatava a duas bolas com a Sérvia, no jogo de qualificação para o Mundial 2022, após ter estado a vencer por dois a zero ao intervalo. A pressão aumentava na equipa das quinas a cada minuto que passava, e especialmente sobre o seu capitão, Cristiano Ronaldo, que procura mais sete golos ao serviço da seleção nacional, de forma a bater o recorde de Ali Daei em termos de golos por seleção. No último minuto da partida, o internacional da ilha da Madeira – que teve uma exibição aquém das expectativas – conseguiu recuperar a vantagem no marcador… ou assim parecia. Danny Makkelie, árbitro da partida, considerou que a bola não entrou por inteiro na baliza dos sérvios, e acabou por não validar o golo. A decisão levou o capitão português a sair de campo indignado, e deixou uma mazela nesta fase da competição. Mais tarde, o juiz da partida dirigiu-se ao balneário português para pedir desculpa pelo erro, que, graças ao facto de não ser utilizado o VAR nesta competição, não foi possível ser remediado.

A inexistência de VAR e, até de tecnologia de linha de golo, tem sido alvo de fortes críticas, tanto por parte das figuras do futebol português, que se indignaram com o erro crasso do árbitro holandês, como por parte de outras seleções nacionais que, nos últimos dias, se sentiram injustiçadas pela ausência de tecnologias que auxiliem as equipas de árbitros a tomar as decisões corretas.

É a segunda vez que a Sérvia se vê envolvida num jogo polémico, após a partida frente à República da Irlanda, que serviu de estreia no grupo A. Nos momentos iniciais da segunda parte, o marcador mantinha-se empatado a uma bola. Aaron Connolly foi ao chão, e a equipa irlandesa ficou a pedir grande penalidade, mas o árbitro da partida não considerou que a falta merecesse essa punição. Foi então que o técnico e os jogadores da seleção da Irlanda olharam para o céu à procura da verificação do VAR, que poderia ter posto em causa a vitória dos sérvios por 3-2.

“Como pode não haver VAR? Existe para alguns jogos e não para outros. Não entendo como”, lamentou Stephen Kenny, técnico irlandês.

Também a seleção nacional espanhola, que empatou a uma bola frente à Grécia no primeiro jogo do grupo B, mostrou-se descontente com a ausência da tecnologia nesta fase do campeonato. Aos 56 minutos da partida, o árbitro Marco Guida cedeu grande penalidade aos gregos, para grande surpresa dos espanhóis, que não concordaram com as decisão arbitral. “Obviamente, estou muito zangado. Não estamos felizes com o empate, e com o VAR teria sido uma história diferente”, confessou Íñigo Martínez, autor da falta que resultou em grande penalidade para os helénicos. Também Marcos Llorente fez questão de realçar a necessidade do VAR nesta partida, garantindo que, com a tecnologia, a grande penalidade “nunca, mas nunca teria sido cedida”.