No passado sábado ao circular por determinados locais e vendo imagens de muitos outros dei comigo a pensar que me tinha enganado e estava em Cuba, na Venezuela ou até mesmo na Coreia do Norte. Todos países comunistas, todos eles países em que as populações vivem na vanguarda dos direitos sociais e políticos, na pujança de economias assentes na valorização do Homem como ser único e irrepetível e na legalidade de sistemas políticos humanistas e assentes na pluralidade de posições.
Esperem. Desculpem. Que disparate. Estamos a falar de comunismo. Tal como nesse dia pensei que estava noutro país fiz agora nova confusão no que respeita à matriz identitária do PCP. Parece gozo este primeiro parágrafo não parece? Parece porque é, circunstância que ninguém pode levar a mal depois de uma vez mais o Partido Comunista português ter literalmente gozado com a esmagadora maioria dos portugueses ao encher todo o país com as suas bandeirinhas fétidas e representativas do maior esgoto político-ideológico que o mundo já viu e nalguns países, infelizmente, continua a ver.
O que seria se fosse um qualquer partido de Direita a fazer o mesmo. Caía o Carmo e a Trindade neste país de brandos costumes em que a uns tudo se critica e a outros tudo se opta por não criticar. Vergonha! A nível mundial, assim de repente, consigo elencar vários nomes de monstros políticos que ao abrigo do comunismo cometeram as maiores atrocidades políticas, económicas e sociais contra os povos que durante décadas ostracizaram, perseguiram e mataram.
Stalin, Trotsky, Lenine, Mao Tse-tung, Pol Pot, Yakubu Gowon, Kim Il Sung e seus descendentes, Yang Shangkun, Hideki Tojo, Mao Zedong, Hugo Chávez, Nicolás Maduro, Fidel Castro, Che Guevara. Todos bons rapazes. Tudo malta exemplar.
Mas voltando a Portugal onde agora o PCP festejou esta data debochada e ridiculamente o que festeja o PCP? A tentativa de Cunhal em transformar Portugal numa ditadura soviética após o 25 de Abril? As brigadas do COPCON claramente dominadas pelo PCP que andaram por todo o país a espalhar literalmente o medo e o terror enquanto ocupavam tudo quanto não lhes pertencia ao abrigo de uma dicotomia rico/pobre que não procurou nunca ajudar os segundos, mas antes liquidar os entendidos como primeiros? Porque não se conta às gerações mais novas algo que nunca ninguém assumiu, mas que alegadamente se denominava então de “listas de fuzilamento do Campo Pequeno” e que pairou durante meses como fantasma e medo sobre muitos nomes da sociedade portuguesa?
Repito: que festeja afinal o PCP? É realmente vergonhoso o triste espetáculo a que assistimos no nosso país perante esta comemoração.
Cerca de 100 milhões é o número estimado para os mortos que esta ideologia provocou em todo o mundo. Portugal é um país livre e democrático. E como tal não tem de conviver com festejos absolutamente nojentos, sobretudo à escala que este teve, de ideologias que nada trouxeram ao mundo que não sofrimento, dor, perseguição, ostracização, miséria, fome e morte.
Muito poderia escrever porque venho de uma terra onde se viveu bem de perto o que representa este covil de lobos disfarçados de cordeiros. Mas termino com um breve episódio histórico.
Após o 25 de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho deslocou-se à Suécia como comandante do COPCON para se encontrar com o primeiro-ministro Olof Palme. A dada altura terá dito com indisfarçável orgulho: “Em Portugal, já acabámos com os ricos.” Palme, primeiro-ministro sueco, respondeu: “Nós, na Suécia, preferimos acabar com os pobres.”
Abençoado 25 de Novembro ou estaríamos bem tramados!
Escreve à sexta-feira