Radiação de Fukushima não causou efeitos negativos na saúde da população

Radiação de Fukushima não causou efeitos negativos na saúde da população


Dez anos depois do acidente, “não foi documentado nenhum efeito adverso na saúde dos habitantes de Fukushima que possa ser diretamente atribuído à exposição à radiação”, disse a presidente do Comité Científico da ONU sobre as consequências das Emissões Radioativas (UNSCEAR), Gillian Hirth.


As emissões radioativas libertadas após o acidente na central nuclear japonesa de Fukushima, em 2011, não produziram efeitos negativos para a saúde, segundo as conclusões de um comité de investigadores da ONU, hoje apresentadas em Viena.

Dez anos depois do acidente, "não foi documentado nenhum efeito adverso na saúde dos habitantes de Fukushima que possa ser diretamente atribuído à exposição à radiação", disse a presidente do Comité Científico da ONU sobre as consequências das Emissões Radioativas (UNSCEAR), Gillian Hirth.

Segundo o comité, o aumento acentuado do número de cancros da tiroide em crianças expostas é atribuível a uma melhoria das técnicas de rastreio, que permitiram mostrar "a prevalência de problemas na tireoide na população jovem não detetados anteriormente".

A alta incidência deve-se àquilo que os especialistas descreveram como "hipodiagnóstico", que revelou muitos casos de cancro da tireoide que não teriam sido diagnosticados sem os exames realizados, nem teriam causado sintomas ou morte das pessoas afetadas.

Por outro lado, o relatório sublinha que o acidente teve impacto psicológico e social na população da região, obrigada a deixar as suas casas.

Entre os que tiveram de abandonar a região após o acidente, há dados de aumento da obesidade, problemas renais, diabetes e hipertensão, entre outros distúrbios, algo que está associado ao stress e às mudanças bruscas.

"Os efeitos psicológicos foram sobretudo evidentes entre as pessoas retiradas [da região] e incluíram stress, ansiedade, depressão, problemas com álcool e efeitos adversos na saúde psicológica entre filhos e mães", acrescentou a UNSCEAR, assinalando que este tipo de diagnósticos foi diminuindo com o tempo.

O relatório também refere que a concentração de césio 137 (isótopo radioativo de césio formado como um dos produtos de fissão nuclear) nos alimentos provindos do mar baixou rapidamente no Japão.