Face ao teor da notícia publicada no passado dia 8 de fevereiro de 2021 nesse OCS, sob o título “Justiça. Queixa-crime de José Eduardo contra Rui Santos julgada improcedente”, que contém imputações de facto e juízos de valor desonrosos do meu bom nome profissional, assim como inverdades que me dizem respeito e que se mostram carecidas de adequada retificação, venho, nos termos e para os efeitos do disposto nos artigos 24.º e seguintes da Lei de Impresa, requerer a V. Exa. a publicação do seguinte.
TEXTO DE DIREITO DE RESPOSTA E DE RETIFICAÇÃO:
O jornal ‘i’, na sua edição de 8 do corrente, publicou uma notícia segundo a qual dava conta de que a acção contra mim intentada por José Eduardo Malheiro, sócio do Sporting e Presidente do Conselho de Administração da empresa de catering ‘Casa do Marquês’, havia sido julgada totalmente improcedente pelos tribunais. É um facto.
Todavia, nessa notícia o perdedor da acção foi chamado a pronunciar-se sobre a decisão do tribunal e, mais uma vez, José Eduardo Malheiro volta a demonstrar ignorância e arrogância.
Ignorância porque, em vez de tirar conclusões sobre a decisão do tribunal (começam a ser demasiadas derrotas nestas sedes, como se pode verificar nomeadamente através do ‘caso Marco Silva’), afirma que, no decorrer do processo, houve uma “sanção prática” que lhe deu “alguma satisfação”, referindo-se à circunstância de ter cessado a minha colaboração com o Record, por ter alegadamente corresponsabilizado o jornal e a Cofina no âmbito do patrocínio subjacente a este caso. Repito: ignorância pura.
Diz José Eduardo Malheiro que quando ocorreu o caso Marco Silva prestou declarações à RTP e ao jornal A Bola, onde era colunista e que “imediatamente desresponsabilizei os dois órgãos da autoria do que fiz”. O autor da acção anda realmente confuso. Na verdade, como é possível este tipo de asserção? O que têm a ver A Bola e a RTP com o crime que José Eduardo Malheiro cometeu e pelo qual foi condenado? Admitia-se que, no seguimento dessa condenação, o Presidente do Conselho de Administração da Casa do Marquês tivesse aprendido alguma coisa, mas os factos e estas recentes declarações provam o contrário: José Eduardo Malheiro mantém o estado de confusão e comete o erro de confundir as duas situações e dizer que eu corresponsabilizei o Record e a Cofina e que, por isso, a colaboração com aquele jornal desportivo cessou.
Incapaz de humildemente digerir mais uma derrota estrondosa, de que, ao contrário do que afirmou, não recorreu, o autor da acção tenta, a todo o custo, encontrar uma qualquer ‘vitória’ para continuar a alimentar a ideia de uma importância que nunca teve como ideólogo-de-coisa-nenhuma, nas questões (não) leoninas.
A ignorância de José Eduardo Milheiro vai ao ponto de não saber que a Cofina e o Record foram chamados ao processo por si próprio (e pela empresa que dirige), porque esse mecanismo de responsabilização solidária resulta expressamente da Lei de Imprensa. Não há nenhuma corresponsabilização do Record e da Cofina — isso é mais uma ideia mirabolante do autor da acção, que quer encontrar luz onde só existe escuridão. Aliás, a cessação da colaboração, que resulta afinal de perspectivas diferentes sobre o papel da comunicação social desportiva na sua relação com o universo do futebol e de perspectivas diferentes sobre o que eu podia significar como (à data) o colunista mais antigo do jornal, aconteceu num tempo diferente em relação à intervenção da Cofina na acção. Como em tudo na vida, não há nenhum caso até que haja algum motivo para haver.
A arrogância de José Eduardo Milheiro já o fez perder demasiados processos e já contribuiu para que José Maria Ricciardi tivesse perdido a hipótese de ganhar as últimas eleições do Sporting, como aliás era referido nos citados artigos, num exercício da mais pura liberdade de expressão e direito à opinião que o tribunal legitimou sem a mais pequena reserva.
Tenho dúvidas de que o autor da acção alguma vez saiba viver em democracia, até pelas considerações que fez sobre os tribunais. Para quem foi condenado em 2017 por “difamação agravada”, deveria ter um pouco mais de humildade e decoro. E fazer um esforço para aceitar a derrota. Querer estar na sombra para influenciar uma certa ‘intelligentsia sportinguista’ e ao mesmo tempo querer assumir que é uma espécie de ‘rei Sol’ da ‘coisa leonina’ é realmente não ter a noção do que realmente vale no ‘universo do Sporting’: nada! E é isso que, afinal, lhe dói.