Estados Unidos impõem sanções a dois dirigentes dos Huthis do Iémen

Estados Unidos impõem sanções a dois dirigentes dos Huthis do Iémen


Apesar do desejo manifestado por Biden sobre um novo impulso às negociações de paz no Iémen, as violências têm-se agravado em Marib, norte do país, entre os Huthis e o Governo estacionado no sul do país e apoiado pela Arábia Saudita, que intervém militarmente no país vizinho desde março de 2015.


Os Estados Unidos impuseram sanções financeiras a dois "militantes decisivos" dos rebeldes Huthis do Iémen, acusados de terem "organizado ataques" contra civis, países vizinhos e navios comerciais.

Estas medidas surgem após o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter anulado a inscrição dos Huthis na lista negra de organizações terroristas, uma inclusão que foi decidida na fase final do mandato do seu antecessor, Donald Trump.

As organizações humanitárias consideraram que esta medida iria dificultar o encaminhamento de ajuda humanitária nas vastas regiões controladas pelos insurgentes e provocar uma crise de fome de grande amplitude.

O Governo Biden disse claramente que este recuo foi motivado por motivos estritamente humanitários, e desde então tenta por outras formas exercer pressões sobre os Huthis na perspetiva de negociações para uma solução política do conflito.

As sanções contra Mansur al-Saadi, apresentado como o chefe de estado-maior das forças navais da rebelião, e Ahmad Ali Ahsan al-Hamzi, comandante das forças aéreas, inscrevem-se nesta lógica.

"Os Estados Unidos condenam a destruição de estruturas civis pelos militantes Huthis hoje sancionados", declarou em comunicado o Tesouro (departamento das Finanças) norte-americano.

Os seus atos "destinam-se a promover as intenções desestabilizadoras do regime iraniano", que apoia os Huthis, e "alimentam o conflito iemenita, provocando mais de um milhão de deslocados e colocando o Iémen à beira da fome", acrescentou.

Segundo Washington, Mansur al-Saadi organizou "ataques mortíferos contra o transporte marítimo internacional no mar Vermelho", que atingem navios militares e civis. Obteve "uma formação completa no Irão" e "contribuiu para a entrada ilícita de armas iranianas no Iémen", acusa o Tesouro norte-americano.

O general Ahmad Ali Ahsan al-Hamzi, "igualmente formado no Irão", é por sua vez apresentado como o chefe do programa de drones dos rebeldes utilizados para "ataques selecionados".

Apesar do desejo manifestado por Biden sobre um novo impulso às negociações de paz no Iémen, as violências têm-se agravado em Marib, norte do país, entre os Huthis e o Governo estacionado no sul do país e apoiado pela Arábia Saudita, que intervém militarmente no país vizinho desde março de 2015.