O modelo de carsharing ganhou muitos adeptos em tempos de pré-pandemia. Agora as viagens são menores – a palavra de ordem é ficar em casa – mas há sempre deslocações inadiáveis. E com ou sem pandemia, esta solução continua a existir no mercado português, principalmente nas grandes cidades e a fórmula mantém-se: permite-nos deslocar-nos sem termos uma viatura privada e, ao mesmo tempo, ficamos livres de todas as preocupações associadas, nomeadamente a manutenção ou os custos de estacionamento.
A verdade é que quando comparada com a do ano passado, a oferta é bem mais reduzida. Os primeiros passos de mobilidade partilhada foram dados em 2008, quando foi lançado o Mob Carsharing; no entanto, o serviço acabou por ser descontinuado por “falta de procura”. Mas desde 2017 ganhou outra popularidade, com novas plataformas de partilha, mais práticas e também mais modernas, que assentam em aplicações para telemóvel.
A verdade é que ao longo destes últimos anos fomos assistindo ao aparecimento de novas plataformas, enquanto outras vão desaparecendo do mercado. Um desses casos é DriveNow que, em março passado, informou os clientes que as suas operações iriam ser suspensas, com efeitos imediatos, acenando com o relançamento da Share Now (fusão dos serviços car2go e DriveNow). Mas quase um ano depois os serviços não foram relançados, pelo menos, em Portugal.
O mesmo se passou com a Parpe – que disponibilizava três serviços: carsharing, renting e rent&share – mas deixou de ter a atividade em funcionamento. Também a 24/7 City tem na sua página de internet que o serviço encontra-se suspenso “por razões operacionais e de segurança impostas pela situação atual da covid 19”. E não é caso único em Portugal.
Antes do início da pandemia, o número de utilizadores registados neste tipo de plataformas já rondava os 10 milhões de pessoas. Estimava-se que este número subisse para os 36 milhões de utilizadores até 2025, ano em que era projetado um valor de mercado global de 11 mil milhões de dólares, de acordo com um estudo da a LeasePlan. E não deixa margem para dúvidas: o impacto da Covid-19 fez o mercado estremecer.
“Esta diminuição fez-se sentir depois das recomendações da Organização Mundial de Saúde: manter o distanciamento social e evitar partilhar espaços e objetos pessoais, nomeadamente viaturas. Além disso, em alguns países como Portugal, foram impostas regras relativamente ao número máximo de pessoas que podiam circular juntas para evitar a propagação do novo vírus”, diz o estudo, acrescentando que “a par disto, os condutores e passageiros apontam mais algumas razões: sentem-se mais seguros a viajar num carro particular”.
Mas como funciona este modelo? Há ainda algumas soluções disponíveis, mas o modo de funcionamento é sempre o mesmo. Ou seja, a partir do smartphone é possível desbloquear um carro (ou scooter) estacionado num qualquer ponto da cidade e deixá-lo no seu destino, desde que esteja dentro da área de operação do respetivo serviço.
As vantagens não ficam por aqui. Por cada veículo de carsharing é estimado que sejam retirados vários carros das ruas das cidades, ajudando a melhorar a situação do trânsito.
Pedalar suspenso Apesar de o uso de bicicletas ter subido 50% num ano, enquanto o transporte público caiu 60% e uso do carro individual registou quebras entre os 40% e os 60%, a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) suspendeu a operação da rede de bicicletas partilhadas da capital GIRA devido ao surto de covid-19. A decisão de suspender a rede de bicicletas partilhadas teve, também, em conta “a quebra de utilização verificada”, apontou a EMEL, em comunicado, indicando que, “aos utilizadores com passes GIRA ativos, será dada a prorrogação da vigência dos mesmos pelo período equivalente ao que durar esta suspensão”.