Champions. Vem aí o novo formato da liga milionária

Champions. Vem aí o novo formato da liga milionária


2024 será o ano de lançamento de um novo formato da Liga dos Campeões, desenhado para fazer frente à ameaça da Superliga Europeia.


Os clubes mais ricos da Europa ameaçam há anos com a criação de uma Superliga Europeia, e o projeto parece cada vez mais real. A UEFA não gostou e tem planos para avançar com uma reformulação da Liga dos Campeões, tentando chegar a um meio-termo com os principais emblemas do continente, que procuram novos meios de angariar receitas televisivas e outras fontes de ingressos num campeonato extra-UEFA. A própria FIFA também já se pronunciou, ameaçando os clubes com a exclusão das principais competições europeias e mundiais.

A reformulação da Liga deverá já acontecer em 2024, segundo afirma a cadeia espanhola COPE, estendendo-se até 2033. A ideia irá a votações em março, garante ainda o canal espanhol.

Está próximo o fim da fase de grupos na Liga dos Campeões, passando a existir uma liga única, com 36 equipas, mais quatro do que no sistema atual, jogando cada equipa um total de dez partidas, cinco em casa e cinco fora, seis mais do que na fase inicial atual, seguindo o denominado sistema suíço. Os oito primeiros colocados avançam diretamente para os oitavos-de-final, ao passo que as oito restantes vagas serão jogadas pelas equipas classificadas entre o 9.o e o 24.o lugar, com as últimas oito a ficar fora do campeonato.

O novo formato da Liga dos Campeões limitará ainda o número de equipas por país, não podendo cada nação exceder as cinco ou seis equipas. Em reserva ficarão ainda quatro vagas, duas das quais a ser entregues tomando em conta o coeficiente das equipas na UEFA, uma delas para a quinta liga com a melhor cotação e, finalmente, uma para a melhor liga sem representante direto.

O calendário do campeonato sofrerá também mudanças, passando a jogar-se a fase inicial entre setembro e janeiro, à terça e à quarta-feira, com alguns jogos ainda à quinta-feira, e sem jogos ao fim de semana. A reformulação da Liga dos Campeões teria também um efeito nas receitas televisivas, já que produziria 180 jogos na fase inicial, contra os atuais 96.

O futebol português beneficiaria também com este novo formato, já que, graças ao seu lugar no ranking da UEFA, passaria a ter direito a quatro vagas no campeonato europeu.

Superliga causa polémica Este novo formato da Liga dos Campeões surge ao mesmo tempo que os clubes das principais ligas europeias de futebol, alegadamente, se coordenam para organizar uma Superliga Europeia. Onze clubes das principais ligas europeias pretendem criar uma competição em substituição da Liga dos Campeões, com um plano a prever a venda de direitos televisivos mundiais, com Barcelona, Real Madrid, Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Juventus, AC Milan, Paris Saint-Germain e Bayern de Munique como clubes fundadores.

A ideia desta competição tem causado polémica e a FIFA lançou um comunicado a ameaçar os clubes com a remoção dos campeonatos europeus e internacionais, caso alinhassem na criação desta Superliga Europeia. “A FIFA e as seis confederações (AFC, CAF, CONCACAF, CONMEBOL, OFC e UEFA) gostariam de reiterar e enfatizar, mais uma vez, que tal competição não será reconhecida nem pela FIFA nem pelas suas seis confederações. Qualquer clube ou jogador envolvido em tal competição não poderá participar em nenhuma competição organizada pela FIFA ou por qualquer uma das seis confederações”, pode ler-se em comunicado.

Mundial de clubes com 24 equipas O futebol internacional está a sofrer mutações e, além das mudanças na Liga dos Campeões e na possível criação da Superliga Europeia, também o Mundial de clubes deverá ver o seu formato mudado, passando a envolver um total de 24 equipas, com o objetivo de “estimular a competição entre clubes em todo o mundo”, segundo afirma o presidente da FIFA, Gianni Infantino. “Estamos a apostar na competição global. Queremos ter mais clubes de cada confederação no Mundial e pensamos que isso será uma forma de estimular o futebol de clubes por todo o mundo”, disse ainda. A competição com 24 equipas deveria ter sido inaugurada já este ano, mas a pandemia de covid-19 obrigou ao seu adiamento.