Três semanas depois da morte de Larry King foram revelados, através da revista US Weekly, os detalhes do testamento do apresentador de televisão, que entrevistou personalidades de todos os setores: desde o cinema, à música, passando pela política.
O documento foi elaborado no 17 de outubro de 2019, escrito à mão, e instruía que a sua fortuna fosse repartida igualmente pelos seus cinco filhos. “Este é o meu último testamento. Deverá substituir todos os anteriores. Em caso da minha morte em qualquer dia a seguir à presente data quero que 100% dos meus fundos sejam igualmente divididos entre os meus filhos Andy, Chaia, Larry Jr (59), Chance (21) e Cannon (20)”, podia ler-se.
O documento foi elaborado um ano antes dos seus filhos Andy e Chaia terem morrido, no verão de 2020 – um de ataque cardíaco, outro de cancro nos pulmões, aos 65 e 51 anos, com uma diferença de 23 dias– e dois meses depois de ter assinado os papéis de divórcio da sua sétima esposa, Shawn Southwick King, o que pode explicar a sua ausência do testamento.
A esposa, cujo processo de divórcio não chegou a ser concluído, disse que o apresentador de programas como The Larry King Show ou Politicking with Larry King, dias antes de morrer, estava reconciliado com o seu destino e, através de uma chamada vídeo, as últimas palavras que lhe dirigiu foi “eu amo-te, toma conta dos rapazes”.
De acordo com os documentos, a fortuna de King estava avaliada em cerca de 2 milhões de dólares (cerca de 1,65 milhões de euros), no entanto, o Daily Mail escreve, citando o site Celebrity Net Worth, que o património do apresentador está avaliado em cerca de 50 milhões de dólares (aproximadamente 41 milhões de euros).
Apesar de a sua esposa, Shawn Southwick King, com quem King teve os seus filhos Chance e Cannon, ter ficado fora do testamento, esta poderá ter direito a algumas regalias. Segundo a Lei do estado da Califórnia, a esposa possui prioridade para se tornar “gestora especial” da herança depois dos irmãos e irmãs.
No entanto, o seu filho mais velho, Larry King Jr, nomeou-se para servir como administrador da herança do seu pai, aguardando uma aprovação do tribunal para ser oficializado. Larry Jr argumentou no tribunal que o seu pai e Shawn viviam separados desde 2019.
Dura luta contra covid-19 O jornalista que entrevistou um variado leque de personalidades, desde Jerry Seinfeld, a Marlon Brando, passando pela reunião dos Beatles, em 2007, a Donald Trump ou Vladimir Putin, faleceu no passado dia 23 de janeiro, no Cedars-Sinai Medical Center, na Califórnia, aos 87 anos.
“Quer estivesse a entrevistar um Presidente dos EUA, líder estrangeiro, celebridade, personagem cheio de escândalos, ou um homem comum, Larry gostava de fazer perguntas curtas, diretas e descomplicadas. Ele acreditava que perguntas concisas geralmente davam as melhores respostas, e não estava errado nessa crença”, pode ler-se no comunicado publicado no Twitter do falecido jornalista.
King tinha sido hospitalizado em dezembro, infetado com covid-19, e ainda conseguiu vencer o vírus, mas não resistiu à sépsis, confirmou à Entertainment Tonight, Shawn King.
“Apesar de não querer ir realmente embora, estava pronto para partir. O seu frágil corpo tinha sido atacado muitas vezes, por muitas coisas”, disse a esposa. “Assim que ouvimos a palavra covid-19, todos os nossos corações encolheram, mas conseguiu superar. No entanto pagou um preço bastante grande, e esta infeção, [que não estava relacionada com a covid-19], finalmente levou a melhor, mesmo que [Larry] não se tenha dado por derrotado facilmente”, descreveu Shawn.
Despedida de suspensórios O funeral de Larry King decorreu de forma discreta, não foi permitida a entrada de meios de comunicação, e foi feito “muito rapidamente” como é comum no judaísmo, explicou Shawn King, confessando que nem ela, nem os filhos, tiveram tempo de processar a morte de King e realizar o luto. No entanto, segundo os relatos feitos pela esposa, foi um funeral íntimo, onde estiveram presentes os familiares do falecido jornalista.
A família decidiu prestar um último tributo a King, ao adornar os seus icónicos suspensórios, uma das imagens de marca do apresentador.
“Todos nós, estava presente apenas a família, usámos suspensórios como o Larry. E foi lindo, amoroso… simplesmente perfeito, simplesmente perfeito”, descreveu a viúva.