Senado começa hoje julgamento político de Trump: Democratas e republicanos estão empatados

Senado começa hoje julgamento político de Trump: Democratas e republicanos estão empatados


Para os democratas conseguirem condenar Donald Trump é necessário convencer, pelo menos, 17 senadores republicanos para obter dois terços dos votos, um objetivo que parece estar longe de ser conseguido. 


O julgamento político de Trump começa esta terça-feira no Senado dos Estados Unidos e prevê-se uma forte resistência por parte dos republicanos que alegam falta de legitimidade constitucional do processo aprovado pelo Senado. Neste momento, os votos declaram empate entre os democratas e os republicanos.

Recorde-se que o artigo de “impeachment” acusa o ex-Presidente dos EUA de “incitação à insurreição”, após o ataque de populares ao Capitólio, no dia 6 de janeiro, que Donald Trump incentivou.

Um dos senadores republicanos, Ron Johnson, já admitiu que não só aceitará esta acusação contra Trump, como assume atribuir essa mesma culpa a Nancy Pelosi, a líder do partido democrata na Casa dos Representantes.

O republicano Johnson alega que a democrata Pelosi teve, durante os últimos quatro anos do mandato de Trump, um discurso radicalizado de perseguição política ao ex-Presidente, que incitou a ações mais violentas por parte dos apoiantes de Trump, o que os levou a praticar a justiça pelas próprias mãos e atitudes como o ataque ao Capitólio.

45 dos 50 senadores republicanos já avisaeam que vão rejeitar o artigo de “impeachment”, defendendo este se suporta por um ato inconstitucional, devido ao facto de tentar retirar o ex-Presidente do cargo, dado que já deixou a Casa Branca no dia 20 de janeiro.

"O Presidente nem esteve presente, nem foi ouvido, na Câmara de Representantes. Eles nem sequer recolheram provas. Em cinco horas, analisaram o processo e destituíram-no. (…) Parecia um julgamento da era soviética", sublinhou Bill Cassidy, senador republicano, numa recente entrevista televisiva.

Já o Partido Republicano recorreu a antecedentes históricos, ao referir julgamentos de destituição que foram aplicados a funcionários do Estado, mesmo após o seu abandono de funções políticas (este caso nunca ocorreu com um Presidente) e lembram que a condenação de Trump terá consequências futuras, como o impedimento de querer recandidatar-se.

Esta questão importa particularmente o Partido Republicano, visto que vários senadores ainda apoiam Donald Trump e confiam no seu regresso como Presidente dos Estados Unidos em 2024, algo que poderá ser negado caso haja uma condenação na câmara alta do Congresso.

Outros senadores republicanos, como Lindsey Graham, admitem que, se existem razões para considerar Trump como responsável pelo ataque ao Capitólio, essa ação deve ser julgada no sistema legal convencional.

No programa Face the Nation, da cadeia televisiva CBS, Graham disse que "se acreditam que ele cometeu um crime, ele pode ser acusado tal como qualquer outro cidadão. O 'impeachment' é uma coisa diferente, é um julgamento político".

Para os democratas conseguirem condenar Donald Trump, é necessário convencer pelo menos 17 senadores republicanos, para obter dois terços dos votos, um objetivo que parece estar longe de ser conseguido.