1. Multiplicam-se os casos de fraudes no acesso à vacinação. É monstruoso. Não podemos tolerar comportamentos deploráveis. Sejam de quem for, venham de onde vier.
Cada vacina retirada a quem dela precisa é mais uma vida que se pode perder ou menos no activo para ajudar a salvar. O opróbrio público não é antídoto suficiente. A cascata de denúncias não resolve a questão. O Estado não a pode desvalorizar. Tem que agir:
– Criminalizar a conduta. Punir quem tão deploravelmente age. Àqueles que têm um vínculo ao Estado, processo disciplinar e despedimento.
– Impor que as listas apresentadas pelas instituições antes da realização da vacinação sejam previamente verificadas pelas autoridades públicas.
– Centralizar os dados, criar uma base de quem foi vacinado, e verificar se aqueles que foram vacinados cumprem os critérios de prioridade.
Não se espere mais tempo para evitar a proliferação de condutas totalmente desprovidas de ética, humanismo e que corrompem o esforço comum a que todos estamos obrigados neste período.
2. As prioridades de vacinação estão erradas desde o início. Mais uma vez as excepções obscurecem a regra. Devem ser vacinados aqueles que são essenciais no processo de salvar vidas e aqueles que maior risco correm de perder a sua vida. Por isso, não compreendo como só esta semana se veio a impor a prioridade de vacinação aos mais de 80 anos ou como ainda se permite que estejam incluídos funções cujo risco neste momento é mínimo e cuja substituição é susceptível de ser operada, com maior ou menor dificuldade. Quem verificar a lista de prioridades encontrará vários exemplos.
Ser solidário é sabermos que nem todos podemos ser prioridade.
Pratiquemos o humanismo que muito facilmente temos na ponta da língua.
Deputado