Tenho procurado desmontar a estratégia errática do Governo, com as constantes imposições de estados de emergência, associados à falta de ação governamental.
O alcance de resultados no combate à pandemia não é feito por decreto nem com anúncios de intenções na comunicação social ou ainda com falsas sensações de que se está fazer algo.
O Governo tem de ter uma atitude completamente diferente. Tem de planear, organizar e antever cenários. No fundo, tem de trabalhar muito mais.
António Costa está perdido e vive neste momento a solidão de um comandante que vê o barco afundar-se. Por sua culpa e do seu Governo, é certo, mas não deixa de ser o primeiro-ministro do nosso país e nele está ferido de morte o orgulho da pátria portuguesa. Sr. primeiro-ministro, estamos em guerra. O Estado falha e prejudica diariamente o seu povo, quando a sua função deveria ser garantir a sua liberdade e segurança.
Volto a fazer-lhe a mesma sugestão que em março: crie um centro de operações liderado pelas Forças Armadas e não ceda um milímetro no que tem de ser feito. Quando estiver a fraquejar, lembre-se que lidera uma das mais antigas nações do mundo, e a cada momento que tiver dúvidas, não tenha medo, isso significa que está no caminho certo.
Não olhe para trás, deixe as televisões, fale apenas o essencial e com assertividade, inspire os portugueses a confiar em si, não dê sinais contraditórios e em nosso nome cumpra e salve Portugal.
É a nossa pátria que está em causa, o orgulho dos homens que dobraram mares e descobriram o mundo. Solte o grito de unidade nacional, leve consigo os líderes de todos os partidos, porque pouco importa se é de esquerda ou de direita, se é do seu partido ou de outro qualquer: por Portugal, todos serão poucos para cumprir este desígnio. Se este for o propósito, quem o negar estará a trair a nossa amada pátria e o povo que em nós confia. Sr. primeiro-ministro, juntos teremos de vencer, mas permita que todos façam parte da solução. Abra o olhar e não viva numa cegueira ideológica. Estamos cientes das graves carências estruturais, não são de hoje nem da pandemia, mas precisamos urgentemente de transformações importantes. Só uma ação política sã de qualquer preconceito, envolvendo os mais diversos setores do conhecimento e da sociedade, será a chave para abrir um caminho diferente. Exige-se a decisão e a capacidade de encontrar percursos eficazes e que assegurem o sucesso coletivo.
Desafio-o a dar sentido à política, porque é nela que vive a esperança numa resposta moralmente compreendida pelos portugueses. Seja capaz de transmitir um sentido social, superando toda a mentalidade individualista.
A grandeza política mostra-se em momentos difíceis e com base em princípios que permitam pensar no bem comum. Esta é uma dessas horas em que os chefes dão lugar a líderes e em que, por mais difícil que seja, o projeto da nação está acima de qualquer interesse individual, mais ainda quando se trata de um projeto para salvar o hoje mas, sobretudo, o amanhã.
Sabemos o quanto é pouco apetecível pensar no que não tem utilidade eleitoral, mas é o que se exige no presente para que a ação seja autêntica, e como diriam os bispos de Portugal, esta terra “é um empréstimo que cada geração recebe e deve transmitir à geração seguinte”.
Não sou deputado nem tenho qualquer lugar de responsabilidade direta ou indireta na governação do país, mas também não vivo resignado com a ideia que devemos esperar tudo daqueles que nos governam e sinto uma corresponsabilidade moral de ser um agente ao serviço de Portugal. Se assim entender, estarei a seu lado para a transformação necessária. Que Deus o abençoe nesta dura tarefa e que proteja Portugal!
Presidente da Juventude Popular