O Ministério da Saúde do Luxemburgo confirmou ontem ao i a disponibilidade para receber doentes com covid-19 de Portugal caso isso seja solicitado. A questão foi colocada no Parlamento do Luxemburgo na semana passada, por dois deputados do Partido Pirata do Luxemburgo. O gabinete da ministra da Saúde do Luxemburgo indicou esta segunda-feira ao i que até ao momento não tinha havido contacto por parte das autoridades de saúde portuguesas. “Até ao momento, o Governo do Luxemburgo não foi contactado pelos seus homólogos portugueses com vista ao eventual cuidado de doentes portugueses no Luxemburgo”, informou.
No início da semana passada, o secretário de Estado da Saúde afastou planos para envio de doentes para o estrangeiro. Contudo, a ministra da Saúde admitiu esta segunda-feira, em entrevista à RTP, que o Governo está a equacionar um pedido de ajuda internacional perante a situação epidemiológica que se vive no país. Ao Nascer do SOL, o pneumologista Filipe Froes, coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos, defendeu que perante o agravamento da situação, todos os cenários devem ser colocados. “Qualquer dia vamos ter de começar a mandar doentes para o estrangeiro. Vamos ter de fazer o que fizeram Itália e França”, admitiu por sua vez, ao Público, Carlos Robalo Cordeiro, diretor do serviço de pneumologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Espanha seria o destino mais próximo, por exemplo Badajoz. Os responsáveis de saúde da comunidade autónoma da Estremadura afirmaram ao i que existe tradição de cooperação entre os dois lados da fronteira mas, neste momento, a região também regista a incidência mais elevada de covid-19 em Espanha. "A Estremadura sempre mostrou a sua colaboração sanitária com os nossos irmãos portugueses, plasmando-se em numerosos acordos e projetos transfonteiriços", disse ao i fonte oficial da Conselharia de Saúde e Serviços Sociais da região. "Atualmente a incidência acumulada da pandemia na Estremadura é a mais alta de Espanha e isso está a traduzir-se numa ocupação hospitalar muito elevada, tanto em camas de agudos como em UCI, pelo que neste momento a capacidade de colaboração nesse sentido é muito limitada. Não obstante, se a situação mudasse e houvesse possibilidades ficaríamos felizes de colaborar em tudo o que for necessário", indicou a mesma fonte em resposta ao i na passada sexta-feira.
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